Após deixar Paulistano, Enzo Sugiura volta ao Pinheiros como treinador
Jovem técnico é o novo responsável do plantel de "alto rendimento" do ECP

Do vermelho e branco ao azul e preto. O jovem badiste e técnico Enzo Sugiura viu em um curtíssimo espaço de tempo sua carreira mudar completamente, tanto que não foi à toa que o próprio atleta definiu a sensação de ter saído do Club Athletico Paulistano (CAP) e chegado ao Esporte Clube Pinheiros (ECP) como “doida”.
Quase quatro quilômetros separam as sedes dos dois tradicionalíssimos clubes de São Paulo, tanto que ambos protagonizam o chamado “Clássico dos Jardins”, termo popularizado no basquete, mas que resolvi adotar neste texto de badminton para que você, leitor ou leitora, compreenda o tamanho destas duas equipes. Portanto, uma troca de lado envolvendo ambos é algo extremamente relevante.
Tire de sua cabeça qualquer comparação com o futebol, ambiente no qual uma transferência para um rival direto é tida como um sacrilégio, pois a mudança de Sugiura foi vista com bons olhos por todas as partes envolvidas, principalmente para a evolução profissional do treinador de 25 anos, uma figura bem conhecida da modalidade em território nacional.
Ao todo, a experiência de Sugiura no lado alvirrubro durou três anos. No geral, ele cuidava principalmente da formação de base da equipe, além de também ter trabalhado na escolinha de badminton, voltada para crianças que começam no recreativo e podem ser puxadas para o setor juvenil. Os badistes que se destacavam sob sua supervisão eram levados ao nível de “alto rendimento”, onde passariam a também receber instruções do lendário Guilherme Kumasaka.
Embora o trabalho no Paulistano estivesse caminhando dentro dos conformes, uma oferta enviada pelo Pinheiros, que vinha procurando há quase um mês um nome para preencher a lacuna deixada por Rafael Lajusticia, mexeu com o técnico, que resolveu aceitá-la e protagonizar um “remember”. Para quem não sabe ou não se recorda, Sugiura foi jogador do ECP por quase sete anos e, partir de agora, liderará os badistes de alto rendimento, entre eles Caio Silva, Welton Juvenal, Vivian Iha, Eduardo Pierini e Natalya Geisler.
“O trabalho no Paulistano estava indo bem, mas o fator que me fez tomar essa decisão, que não foi fácil, foi que ainda sou novo e há oportunidades que não podemos deixar passar. Acredito que tenho muito para aprender e essa seria uma chance muito boa e em uma estrutura boa que é a do Pinheiros, além de ter atletas muitos bons”, revelou Sugiura em entrevista ao A Peteca, acrescentando que unirá forças durante sua nova experiência com Pedro Pahor e Francisca Lima, a Fran.
Em matéria de ofício, o jovem treinador deu o chamado - e almejado na área esportiva - “salto de qualidade”, pois avançou um importante degrau em sua carreira. Em contrapartida, Sugiura terá maiores responsabilidades na nova função, mas garantiu que está ciente dos vastos desafios pela frente.
“Eu sei que isso vai ser um enorme desafio e grandes responsabilidades vão vir também, então sei a grandeza disso tudo. O Rafael [também conhecido como ‘Batata’] já vinha desenvolvendo um bom trabalho, agora quero melhorar mais ainda do que ele já fez e trazer bons resultados em torneios nacionais e internacionais”, avaliou.
Atleta do Pinheiros entre 2016 e 2022, Sugiura não fez questão de esconder a montanha-russa de emoções que foi voltar ao antigo clube, mas, desta vez, como treinador. Ele declarou que adquiriu bastante experiência no Paulistano e que estudou muito nos últimos tempos.
“É uma sensação muito doida ter voltado como técnico, mas é muito legal. Eu fiquei feliz pelo clube ter entrado em contato comigo e estou bastante empolgado e ansioso para trabalhar com a equipe. Vão ter grandes desafios pela frente e vamos trabalhar bastante para que tudo ocorra muito bem”, disse.
Por fim, Sugiura não descartou a hipótese de pendurar as raquetes de forma definitiva, pois tinha autorização para disputar os Campeonatos Nacionais com a camisa do Paulistano. A partir de agora, essa ação ficou um pouco mais complicada de ser colocada em prática.
“Eu acho difícil, principalmente por jogar na mesma categoria do Welton e do Caio. Eu tinha colocado na minha cabeça que eu ia parar de jogar a partir de agora, mas vamos ver, ainda está meio incerto. Vou precisar fazer muitas coisas, então estou pensando em parar de jogar para focar no trabalho”, concluiu.
Pahor, que será um dos profissionais que estarão ao lado de Sugiura, assim como a Fran, disse ao A Peteca que a volta do ex-Paulistano já era algo desejado e não escondeu a alegria da negociação ter tido um final feliz.
“A volta do Enzo era algo que a gente queria há muito tempo, desde que o ‘Batata’ comunicou que queria descansar um pouco. Claro que, pela competência do Rafael, a gente tentou de tudo para que ele continuasse, mas, a partir do momento em que viu-se que não tinha como, o Enzo virou o nosso plano A, B, C e mais. Nossa diretora, a Vera Galhanone, foi muito competente na negociação e, felizmente, o Enzo quis retornar e assumir o posto. Ele é um cara muito competente, preparado, estuda a modalidade e certamente fará um grande trabalho”, declarou Pahor, acrescentando que conheceu Sugiura quando ele era apenas uma criança.
A publicação de despedida de Sugiura do Paulistano recebeu centenas de curtidas e diversos comentários muito positivos de pessoas ligadas ao clube alvirrubro, entre elas Joaquim Mendonça, Juliana Viana, Daniel Matias, Leandro Monteiro, Laura Roviezzo, Daniel Kawakami, Saori Kaida, Bruno Alonso e André Maeda.
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