Welton Juvenal fatura bronze nos Brics Games e busca manter boa fase
Brasileiro quer aproveitar embalo do pódio em Kazan para alcançar novas conquistas
A invasão da Ucrânia pela Rússia, ocorrida em 2022, trouxe reflexos negativos para o esporte do país, já extremamente impopular no cenário mundial em razão dos escândalos de doping. As severas sanções de diversas entidades isolaram ainda mais Moscou, tanto que a nação dividirá com Belarus uma lista de somente 25 atletas que poderão ser enviados para os Jogos Olímpicos de Paris, na França.
Os Brics Games, uma espécie de Olimpíadas envolvendo os países pertencentes ao bloco econômico do Brics+, acabaram sendo uma saída para que a Rússia tivesse a oportunidade de disputar um evento multiesportivo sem interferência das medidas restritivas de associações do Ocidente, como o Comitê Olímpico Internacional (COI), por exemplo.
O badminton, esporte de raquete mais rápido do mundo, marcou presença na sétima edição dos Jogos dos Brics, ocorrida em Kazan, na Rússia. Apesar do pedido oficial da Federação Mundial de Badminton (BWF) para que os membros da entidade não enviassem atletas ao torneio, a Confederação Brasileira de Badminton (CBBd) ignorou a recomendação e encaminhou quatro badistes ao continente europeu: Welton Juvenal, Pedro Mendonça, Sayane Lima e Júlia Vitória.
Supervisionados pelo técnico Alisson Vasconcellos, os brasileiros realizaram grandes performances na cidade russa e deixaram o território controlado por Vladimir Putin com três medalhas de bronze nas categorias individuais feminina (SF) e masculina (SM) e nas duplas femininas (DF). Vale destacar ao leitor (a) que, pelo fato de o campeonato não ter sido regido pela BWF, a associação não o reconheceu como parte de seu calendário, sendo considerado um torneio de caráter amistoso.
Welton, que não tem nada a ver com os problemas externos da Rússia, aproveitou a chance para servir a seleção em uma competição internacional, tendo deixado Kazan com a única medalha do Brasil entre os homens. Na fase de grupos, o badiste passou sem grandes dificuldades por Mohammad Jamshidi (Afeganistão), Alfousseini Assarki (Mali) e Husam Raee (Síria), enquanto no mata-mata, o pinheirense eliminou Abdoul Tapsoba (Burkina Faso) e o compatriota Pedro Mendonça. Na semifinal, já com o bronze garantido, o atleta foi despachado pelo mandante Sergey Sirant.
“Defender o Brasil em um torneio internacional é sempre maravilhoso, pois estou representando toda uma nação e toda a galera do badminton”, disse Welton em entrevista ao “A Peteca”, acrescentando que foi muito bem recebido na Rússia.
O jovem badiste brasileiro, que destacou a organização dos Brics Games e a infraestrutura do ginásio que acolheu as partidas de badminton, enfrentou um dos grandes nomes da modalidade na Rússia, tanto que Sirant já foi top 60 do mundo e participou das Olimpíadas de Tóquio, no Japão. A oportunidade de encarar um oponente deste nível, sem dúvidas, acrescentou muito para a carreira de Welton.
“Em relação ao nível do russos, eles são muito bons, tanto que a experiência que ganhei nos Brics Games certamente me ajudará nas próximas competições e a alcançar meus objetivos, como garantir medalhas no Campeonato Brasileiro, jogar torneios no exterior, entrar no top 5 do país e ingressar na seleção”, analisou o atleta.
O “know-how” adquirido por Welton em solo russo poderá auxiliá-lo a ser convocado novamente para os Jogos dos Brics, que voltarão a ser disputados em 2025, no Brasil. Em meio a tudo isso e ainda bastante eufórico com o pódio em Kazan, o badiste está esperançoso que o patamar do badminton do país possa evoluir futuramente.
“Acredito que o Brasil e os clubes vêm buscando muitas informações para que possamos melhorar nosso badminton e nossas técnicas, isso já é um grande avanço. Essas conquistas em Kazan mostra que estamos trabalhando firme para bater de frente com os países da Europa e representar a nação da melhor forma”, concluiu.
Além dos pódios em solo russo, o Brasil também faturou duas medalhas de ouro e uma de prata no Aberto da Venezuela, em Valência, com as badistes Maria Clara Lima e Maria Julia Nascimento nas categorias simples e duplas femininas. A nação ainda é representada por seus melhores atletas no Aberto dos Estados Unidos, no Texas.
Muito obrigado por ler a publicação. Se inscreva para receber novos textos e apoiar meu trabalho! Aproveite para deixar seu comentário aqui embaixo.
Se você gostou desta matéria, você também poderá curtir estes textos:
showwww