Badistes brilham e Brasil fatura caminhão de medalhas no Sul-Americano
Seleção verde-amarela retornou do Chile depois de conquistar mais de 50 pódios
Os eventos por equipes e individual de badminton do Campeonato Sul-Americano, no Chile, foram praticamente contos de fadas para dezenas de jovens badistes brasileiros que marcaram presença na competição, pois a seleção verde-amarela deixou Santiago carregadíssima de medalhas, histórias e moral para os próximos torneios continentais.
Nas competições de base, o Brasil formou uma torcida enlouquecedora que empurrou os atletas rumo ao ouro nas disputas por equipes do sub-15 e do sub-19. O mais interessante é que os badistes do país derrotaram o arquirrival Peru nos jogos decisivos das duas categorias, indicando claramente que o trabalho feito em território nacional está em um ritmo bastante positivo.
Com muitos deles motivados pelos pódios no evento por equipes, os brasileiros se desmembraram e foram com tudo atrás das conquistas nas provas individuais. Nem preciso mencionar que as joias brilharam, pois faturaram 17 títulos e 46 medalhas nas categorias sub-11, sub-13, sub-15, sub-17 e sub-19. Alguns deles, inclusive, quase não tiveram espaço no pescoço para tantas medalhas.
Analisando mais friamente esse contexto, o Sul-Americano foi de vital importância para todos os atletas envolvidos, não somente pela experiência adquirida ou medalhas conquistadas. A fortíssima campanha e a união de todos os integrantes serviram como um termômetro para medir o nível da seleção diante dos oponentes locais, principalmente depois de a Confederação Brasileira de Badminton (CBBd) ter desistido do Campeonato Mundial Júnior “após avaliação de treinos e dos resultados esportivos” obtidos na edição passada do Campeonato Pan-Americano Júnior, realizado em Aguascalientes, no México.
Especialmente entre as categorias juvenis, a conquista de quase 50 medalhas no Chile foi uma resposta firme de uma nova geração que tem de tudo para render ainda mais bons frutos ao Brasil em competições internacionais.
O torneio em Santiago ainda foi bem além de petecas voando pelo ginásio, pois essa aventura acabou se transformando em uma oportunidade para muitos badistes conhecerem um novo país e passarem um tempo divertido com colegas e familiares. As redes sociais foram inundadas de vídeos e fotos registrando cada passo da missão brasileira em solo chileno, evidenciando uma união e um sentimento de pertencimento muito interessante entre os membros da delegação.
Creio que muitas pessoas, eu me incluo nisso, que acompanharam a campanha brasileira de longe, sentiram vontade de estar ali no meio para sentir a incrível energia dos badistes, sobretudo no momento do grito de guerra, que me fazia arrepiar praticamente todas as vezes que ouvia. Sim, ninguém no Chile realizou uma festa tão sensacional quanto a equipe verde-amarela, até parecia que a seleção estava atuando em casa.
Saori Kaida e Laura Roviezzo, atletas do Club Athletico Paulistano (CAP), integraram a seleção na campanha no Chile. As duas jovens seguiram uma linha de raciocínio similar ao mencionarem em declarações ao A Peteca a energia do grupo e da torcida, além do sentimento inesquecível de defender o país em um torneio no exterior.
“A atmosfera da competição em equipe foi algo indescritível, o sentimento de fazer parte do grito, da torcida vibrando a cada ponto, era algo surreal. Nas categorias individuais, creio que apesar de terem sido dias cansativos, por conta dos jogos que terminavam tarde da noite, consegui lidar bem com a situação e conquistei um resultado incrível, sendo vice-campeã da dupla mista sub-17. Essa medalha representa o reconhecimento do meu trabalho e dedicação, tornando-a muito especial para mim”, avaliou Kaida.
Roviezzo declarou que os triunfos foram conquistados depois de “muita garra e amor pelo país”, além de destacar que os badistes “jogaram como nunca” e “deixaram tudo dentro e fora das quadras”.
“Ganhar esse prêmio e estar no lugar mais alto do pódio foi um privilégio para todos nós, ter aquele sentimento de dever cumprido e alívio. Para mim, esse campeonato foi uma experiência incrível, acredito que me deu uma bagagem muito boa que vou carregar em todos os próximos torneios. O campeonato me deu mais experiência e ensinamento, e foi um privilégio poder representar meu país e estar lá torcendo e vibrando por cada um”, comentou a jogadora do CAP.
Passando para a categoria adulta, o volume de conquistas foi obviamente mais enxuto, mas a seleção brasileira deixou o Chile com um retrospecto positivo. Na disputa por equipes, os badistes do país foram vice-campeões, perdendo apenas para os peruanos na decisão. Já no individual, a nação faturou sete medalhas, sendo três de ouro, com Welton Menezes (simples masculina), Mateus Cutti/Alisson Vasconcellos (duplas masculinas) e Donnians Oliveira/Ana Julia Ywata (duplas mistas).
Em relação ao expressivo título em território chileno, Menezes, que defende o Esporte Clube Pinheiros (ECP), destacou sua performance dentro de quadra em entrevista ao A Peteca. Vale recordar que o badiste faturou no meio do ano um bronze nos Brics Games, na Rússia, uma espécie de Olimpíadas envolvendo os países pertencentes ao bloco econômico do Brics+.
“Esse Sul-Americano foi o melhor torneio que fiz esse ano, sem dúvidas, e não só pelo resultado, mas pelo rendimento em quadra. Eu estava bem solto, focado e treinado, acredito que tudo isso é consequência do trabalho também. Além disso, eu venho trabalhando muito pra conseguir um bom resultado na simples e tudo que fizemos foi bem pensado para esse torneio. Então, acredito que tudo que vim fazendo antes do torneio tanto mentalmente, quanto fisicamente, me ajudou para que eu chegasse no Chile bem preparado para conseguir esse resultado”, declarou o jovem atleta, que precisou derrotar o compatriota Cutti na semifinal.
O evento no Chile foi o último de um ano marcado por diversos compromissos internacionais que tiveram a presença de jogadores brasileiros. No decorrer de 2024, fomos dos Brics Games, da Gymnasiade e dos Jogos Olímpicos de 2024, em Paris, até eventos no circuito mundial, Pan-Americano Júnior e as aventuras do Recreio da Juventude em competições no continente. Felizmente, o Brasil teve um positivo retorno em quase todos eles, o que eleva as expectativas para 2025.
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