"Full Experience Itapeti": meu dia em uma das principais equipes de SP
Time de Mogi das Cruzes me proporcionou uma das melhores vivências no badminton
Quase um ano depois de ter escrito um dos textos mais lidos do A Peteca, que teve como foco a equipe de badminton do Itapeti, tive a maravilhosa experiência de conhecer pessoalmente a estrutura do time de Mogi das Cruzes, em São Paulo, e vivenciar na pele um dia de treinamento.
Os atletas voltaram recentemente de Maringá, no Paraná, onde disputaram a 1ª Etapa do Circuito Nacional. No entanto, o grupo não está tendo muito tempo para descansar, pois o “Brasileirão” de badminton voltará em 31 de março, na capital paulista. Então, o que pude experimentar foi um treinamento específico voltado para o maior torneio da modalidade no país. Por esse e outros motivos, acabei apelidando o dia de “Full Experience Itapeti”.
Para quem não sabe, eu levo o badminton como um hobbie, então só disputo torneios amistosos e treino duas ou três vezes por semana depois do trabalho em uma intensidade muito mais baixa do que os badistes do Itapeti. Posso dizer que me senti uma Glória Maria indo para um lugar inóspito fazendo uma reportagem especial para o programa “Globo Repórter”, pois era algo que iria fugir quase 100% da minha realidade.
Posso dizer também que não estava com medo de jogar, mas apreensivo, já que meu nível é bem abaixo da delegação. A minha preocupação maior era de atrapalhar, mas o nervosismo foi diminuindo conforme o tempo e praticamente desapareceu por completo após chegar no ginásio e ser recepcionado por Matias Manabu, um dos atletas mais experientes da equipe e com mais tempo de casa.
Embora seja um membro do esquadrão do clube preto e rosa, Manabu também ministra a primeira das três partes do treinamento, que é um trabalho específico focado sobretudo em repetição. Com sua calma, experiência e qualidade, o atleta administrou bem os exercícios e em apenas uma aula aprendi muitas coisas técnicas.
Para não ficar sobrecarregado com muitos alunos, principalmente os badistes das categorias juniores, Manabu recebe o auxílio de Shusei Kubota, um intercambista japonês que passará pelo menos dois anos no Brasil. O interessante é que o asiático, que arrisca um pouquinho nosso idioma, adiciona aos jovens atletas do Itapeti um tempero do conhecimento adquirido em seu país natal, uma das referências da modalidade. Acho válido detalhar que no dia do treino, o japonês chegou com camisa do Brasil e tudo mais, mostrando que está mais do que ambientado.
A segunda parte do treinamento foi puramente físico e tudo absolutamente em linha com o que foi montado pelo triatleta e preparador Rafael Palmeira. Eu não tenho absolutamente ideia do tempo que durou, pois estava quase morrendo e perdi a noção da hora, mas os trabalhos foram divididos em uma série de exercícios. Essa atividade aconteceu fora do ginásio, já que dentro estava sendo feito um treino do Filipe Toledo, técnico do Itapeti, voltado aos membros mais iniciantes e seniores.
Olha, leitor (a), eu não encarava um treino tão pesado desde que tinha 17 anos (2013), quando encerrei minha aventura como jogador federado no futsal. Eu segui atuando como goleiro no society até meados de 2017, mas não fazia treinamentos específicos de alta intensidade. O meu corpo aguentou até o penúltimo exercício em Mogi das Cruzes, quando uma câimbra afetou minha coxa esquerda, então dei uma parada para conseguir sobreviver à última parte.
Embora puxados, os exercícios foram maravilhosos, tanto que a realização deles com certa regularidade tem a capacidade de aumentar bastante a bateria dos atletas em quadra. Ao meu ver, é bem comum observar badistes extremamente cansados no segundo ou terceiro sets após longas batalhas nos games anteriores. Eu me incluo nessa lista dos atletas que “morrem” em quadra.
A terceira e última parte do treinamento pode ser dividida em dois capítulos. O primeiro foi a festa de aniversário surpresa da diretora do Itapeti, Agnes Noda, que envolveu bastante comida para reabastecer o tanque vazio. Sim, montanhas de pratos de comida foram feitas e foi o momento ideal para descansar, bater papo e dar bastante risada.
Após um leve exercício antes da celebração e o respiro do jantar, a peteca voltou a voar de forma intensa no segundo capítulo e só foi parar literalmente no dia seguinte, pois as partidas começaram por volta das 19h40 (creio eu) e só acabaram meia-noite em ponto. Em razão da câimbra, consegui disputar dois ou três jogos e, por muito pouco, um quarto não aconteceu.
No geral, foram partidas bem descontraídas e de altíssima intensidade, onde pude aprender muitas coisas sobre sinais, jogadas e posicionamentos em quadra que tinha dúvidas, então valeu muito a pena ter a chance de observar tudo isso de perto e adquirir esse conhecimento tão valioso.
Fora do “escritório”, Noda entregou para mim a famosa e bela camisa preta e rosa do Itapeti, com direito até ao meu nome nas costas. Além disso, vale destacar que nada disso teria acontecido se não fosse a disponibilidade e gentileza de Daniela Hikawa, atleta do Itapeti e do Badminton Zona Norte que é mãe do Ian, um dos jovens badistes do Itapeti. Literalmente foi uma aventura sair da região do Sacomã (Zona Sul), ir até a Parada Inglesa (Zona Nordeste) e chegar em um lugar bem escondido em Mogi das Cruzes, interior de São Paulo, após bastante trânsito.
Concluindo o texto, foi uma aventura incrível no Itapeti e só tenho que agradecer o carinho, respeito e toda simpatia com a qual fui recebido. Embora tivesse contato com muitos somente de maneira virtual, eu me senti em casa desde o primeiro minuto e adorei conhecer/rever pessoalmente todos, sem exceções.
Obrigado, Itapeti!
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