Após ouro histórico de Juliana Viana, badminton brasileiro vive 'vianismo'
Aos 20 anos, badiste segue quebrando marcas na modalidade

Aos 20 anos de idade, Juliana Viana estabeleceu uma nova marca no badminton nacional, apenas alguns meses depois de se tornar a primeira atleta feminina do país a vencer um embate de Jogos Olímpicos. Desta vez, a piauiense virou a primeira mulher brasileira campeã pan-americana no esporte de raquete mais rápido do mundo.
Em meio ao “fonsequismo” no tênis protagonizado por João Fonseca, 18, que explodiu em território nacional, além de outros recentes “ismos” em diferentes modalidades, não é exagero dizer que o badminton vive uma fase de “vianismo”, mas, claro, seguindo suas devidas proporções. A badiste, infelizmente, não tem a mesma repercussão nacional de algumas outras estrelas em ascensão, mas ela tirou a espada Excalibur da pedra e será quem vai liderar a próxima geração.
Viana se destaca por ser uma fonte de inspiração completa, se assim posso dizer. Além de jogar muita peteca, o que não seria uma novidade, ela é uma pessoa simples, educada, próxima e de muito fácil acesso, tornando-se alguém agradável de virar referência para diversas pessoas, sobretudo jovens. Vamos lá, qual adolescente não ficaria maravilhado de ir ao Campeonato Nacional, encontrar a piauiense pelos corredores e tirar uma foto? Em São Paulo, registros com a atleta não faltaram.
A jogadora do Club Athletico Paulistano (CAP), que foi revelada pelo Joca Claudino (PI), avançou importantes passos em sua carreira de forma extremamente precoce, mostrando para uma geração inteira ser possível alcançar coisas que parecem impossíveis, como disputar uma Olimpíada, por exemplo. Além disso, Viana trouxe bastante repercussão e visibilidade ao badminton, embora ele seja visto de uma forma menos pomposa se formos compará-lo aos seus primos tênis e tênis de mesa.
A meteórica ascensão da brasileira, uma das grandes forças da simples feminina do continente americano, é importante até mesmo para as mulheres da modalidade, pois podem encontrar inspiração em alguém do próprio país. Além disso, caso analisarmos as jovens badistes presentes em torneios nacionais e sul-americanos, o Brasil está muito bem servido de jogadoras mulheres que poderão dar continuidade ao processo construído por Viana.
Atualmente na 56ª posição do ranking mundial, Viana faturou cinco títulos entre 2024 e 2025 para alcançar a marca dos 28.483 pontos na tabela, destaque para os sete mil embolsados com o ouro no Pan-Americano de Lima, no Peru. Em toda América, a piauiense está atrás somente de Beiwen Zhang (17ª), Michelle Li (21ª) e Lauren Lam (41ª), o que é algo fantástico, mas pouco levado em consideração pela grande mídia.
Para se ter uma ideia do quanto Viana está bem demais no cenário internacional da modalidade, mesmo com menos participações em torneios no circuito, a brasileira está melhor colocada do que várias outras atletas bastante “hypadas” no exterior, entre elas Keisha Azzahra, Neslihan Arin, Kaloyana Nalbantova e Pitchamon Opatniputh. Pois é, “habemus” um talentaço por aqui e que precisa ser muito valorizado por torcedores, mídia e empresas.
Apenas o tempo vai dizer até onde a jovem jogadora chegará, mas não há sombra de dúvidas que a badiste estabeleceu um novo pré e pós-Juliana Viana no badminton, assim como Ygor Coelho e Guilherme Kumasaka/Guilherme Pardo desenvolveram algo similar há alguns anos.
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