O inesquecível 2024 do badminton brasileiro
De Juliana Viana até Vitor Tavares, modalidade decolou no decorrer do ano

Esse era um texto que estava me deixando bastante ansioso para escrever, principalmente por estar recheado de ideias na cabeça sobre tudo que deveria ser abordado nele, sem contar a baita responsabilidade de redigir uma newsletter mencionando o impressionante ano de 2024 para o badminton e o parabadminton brasileiro.
Juliana Viana, de apenas 20 anos idade, foi magnífica ao derrotar a honconguesa Lo Sin Yan Happy e conquistar a primeira vitória olímpica do badminton feminino do Brasil, assim como Vitor Tavares entrou para a história ao faturar um bronze inédito para a modalidade nas Paralimpíadas de Paris após vitória em cima de Man Kai Chu, de Hong Kong.
“Estou muito feliz com a minha evolução em 2024. O final de 2023 até maio deste ano foram meses bem duros para mim, tanto fisicamente quanto psicologicamente por causa da sonhada classificação olímpica. Acredito que a evolução que eu tive não foi somente técnica ou tática, mas também mental. O grande objetivo conquistado foi as Olimpíadas, mas tiveram outras conquistas que significaram muito para mim. Tudo isso agregou para esse ano ser um dos melhores até o momento na minha carreira e o pontapé inicial para que nos anos seguintes eu possa continuar evoluindo e ultrapassando barreiras”, disse Viana, que encerrou 2024 com o título do International Challenge do Canadá em cima da anfitriã Michelle Li, em entrevista ao A Peteca.
Os inéditos feitos alcançados na capital francesa foram apenas a ponta do iceberg de um ano intenso e cheio de muitas coisas positivas, que vão das dezenas de medalhas conquistadas no Campeonato Sul-Americano do Chile e da ampla cobertura da grande mídia durante os Jogos de Paris até as excelentes participações em torneios no exterior, que não foram poucas.
São muitos exemplos que posso citar aqui, mas a temporada teve o pódio de Welton Juvenal nos Brics Games, a participação do Recreio da Juventude em vários torneios internacionais, os triunfos no International Series do Peru e no International Challenge do Canadá, a campanha na Gymnasiade, o título de Ygor Coelho no Campeonato Dinamarquês, o ouro conquistado por Ana Gomes de maneira invicta no International do Bahrein, o domínio da nação no Sul-Americano de parabadminton, as medalhas no Pan-Americano e entre tantos outros destaques protagonizados por brasileiros na modalidade.
Os expressivos resultados do esporte de raquete mais rápido do mundo não foram exclusivamente dentro das quadras, já que foi possível acompanhar duelos de badminton sendo transmitidos em rede nacional, um aumento de pessoas desejando conhecer a modalidade, a presença de Fábio Lopes entre os árbitros das Olimpíadas, o Botafogo contratando Coelho e a recuperação de Sânia Lima, que perdeu quase o ano inteiro em função de uma grave lesão no joelho.
A realização dos Jogos Olímpicos também significa fim de ciclos e início de outros. Levando isso em conta, a Confederação Brasileira de Badminton (CBBd) e diversas federações estaduais passaram por importantes eleições. No caso da entidade máxima da modalidade em território nacional, José Roberto Santini Campos foi reeleito ao vencer Vicente Florencio da Silva Junior. A CBBd ainda passou por profundas mudanças em sua equipe de comunicação e até decidiu que o cachorro caramelo Poona será o novo mascote da modalidade a partir de 2025, após um processo curioso, bizarro e polêmico.
O ano não teve apenas festejos, tanto que o duplista Davi Silva, que retomou em 2024 a parceria com Lima e obteve bons resultados no fim da temporada, é uma prova viva disso, principalmente por ter deixado escapar por pouco a vaga olímpica.
“Acredito que 2024 foi um ano desafiador, de muito aprendizado, muito frustrante e de muitas experiências. Foi o ano que a gente participou da corrida olímpica e acabamos batendo na trave. Tinha torneio que tivemos grandes chances, mas acabávamos não aproveitando as oportunidades, então acredito que isso tenha pesado para a nossa classificação para as Olimpíadas. Nos últimos [torneios] acabei me saindo bem, mas enfim, a conclusão do ano em geral acredito que não foi muito bom para mim, poderia ser bem melhor, não só por causa dos Jogos Olímpicos, mas em geral. Acredito que 2025 será um ano muito especial”, analisou Silva ao A Peteca.
Por último, mas não menos importante, a temporada foi impactada pela repentina desistência da participação da seleção brasileira no Campeonato Mundial Júnior, na China, medida que causou grandes transtornos e que foi tomada “após avaliação de treinos e dos resultados esportivos” dos jovens badistes no Campeonato Pan-Americano Júnior, realizado em Aguascalientes, no México.
No geral, podemos esperar um 2025 muito positivo e intenso para o badminton brasileiro, com a realização de diversos campeonatos, inclusive já tem atletas do país inscritos nos primeiros torneios internacionais da Federação Mundial de Badminton (BWF) na próxima temporada. Então, a previsão é de um ano de bastante trabalho!
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