Tailandesa assume liderança da BWF e terá desafio de chacoalhar federação
Leeswadtrakul precisará lidar com impopularidade do órgão regulador do badminton

Após 12 anos no comando da Federação Mundial de Badminton (BWF), o ex-badiste dinamarquês Poul-Erik Hoyer foi sucedido no cargo de presidente da entidade pela tailandesa Khunying Patama Leeswadtrakul, que assumiu a liderança sem oposição e se tornou apenas a segunda mulher na história a chefiar o órgão regulador do esporte de raquete mais rápido do mundo.
A empresária de 60 anos, que construiu um império com bastante competência e tendo a realeza tailandesa em sua retaguarda, é apaixonada por esportes, principalmente pelo badminton. Ela é uma figura extremamente popular na Ásia, sobretudo em seu país natal, e foi responsável por tirar a Associação Tailandesa de Badminton (BAT) do fundo do poço, resultando em conquistas históricas, como a prata olímpica em Paris-2024, com Kunlavut Vitidsarn.
Na Tailândia, Leeswadtrakul é uma mulher que se tornou sinônimo de filantropia, liderança e dedicação. Suas contribuições para diversos setores, principalmente esporte e cultura, transformaram vidas e elevaram a forma que o mundo observa o belo país do sudeste asiático, popular pelas praias tropicais e palácios suntuosos.
Ex-presidente da BAT e membro ativa do Comitê Olímpico Internacional (COI), a empresária não poupou esforços para levar as Olimpíadas Especiais até a Tailândia, chegando a leiloar raríssimas obras de arte com o objetivo de auxiliar financeiramente o evento. No âmbito empresarial, Leeswadtrakul atua com sucesso nas áreas de siderurgia, hotelaria, hospitais, imobiliário e logística.
A tailandesa chegou ao poder da BWF em um momento muito delicado da federação, que é amplamente criticada há tempos pela sua desumanização e falta de empatia com os próprios atletas, basta recordar do calendário abarrotado, do veto aos atendimentos médicos em quadra e de mulheres sendo punidas por precisarem lidar com a menstruação. A entidade está uma completa zona e evoluiu bem pouco na última década, mas Leeswadtrakul possui um perfil que sinaliza a chegada de luz no fim do túnel.
A segunda mulher presidente do órgão regulador do badminton mundial precisará utilizar sua vasta inteligência e experiência para dar mais energia e entusiasmo ao esporte, que nunca chegou a atingir seu potencial de popularidade durante a gestão Hoyer. A tailandesa ainda terá que encontrar formas para promover a modalidade e atrair patrocinadores mais interessantes e globalizados, principalmente do ponto de vista econômico, podendo culminar em premiações em dinheiro mais altas em campeonatos.
“Meu objetivo é fazer do badminton um esporte que realmente pertença ao mundo, unindo as pessoas por meio de oportunidades, orgulho e conquistas compartilhadas. Ao construir visibilidade global para nossos jogadores, também inspiramos a próxima geração e fortalecemos a identidade do badminton como um esporte moderno e voltado para as pessoas”, declarou Leeswadtrakul em uma entrevista exclusiva à agência de notícias estatal chinesa Xinhua.
Na conversa com o veículo do gigante asiático, a tailandesa também garantiu que está “totalmente comprometida em proteger a saúde e o bem-estar” dos jogadores de badminton, principalmente dos que atuam no circuito mundial e encaram um calendário recheado de compromissos.
“Precisamos encontrar o equilíbrio certo entre competição, desempenho e recuperação”, alertou a nova mandatária da BWF, acrescentando que deseja tornar o badminton mais sustentável para que os atletas tenham carreiras mais longas e bem-sucedidas.
A tailandesa não terá vida fácil na liderança da tumultuada BWF, mas há esperanças que o esporte atinja novos patamares positivos em um futuro próximo. A única certeza é que a eleição de Leeswadtrakul será observada com bastante interesse pelos fãs da modalidade.
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