Badminton teve Olimpíada marcada por lesões e fair play
Entre os cinco badistes machucados em Paris, três foram problemas no joelho

Os Jogos Olímpicos são mágicos, mas também exigem muito do mental e do físico dos atletas que vivenciam temporariamente esse universo quase utópico, onde os participantes dão absolutamente tudo de si para buscar a honraria máxima do megaevento esportivo, que ocorre de quatro em quatro anos.
Uma medalha, uma vitória ou apenas participar das Olimpíadas tem o poder de provocar uma reviravolta na vida de um esportista, que muitas vezes possui o mínimo de apoio e precisa mover montanhas para simplesmente marcar presença. Puxando para o badminton, em alguns casos, o impacto é positivo, como o bicampeonato olímpico de Viktor Axelsen e a prata inédita de Kunlavut Vitidsarn em Paris, mas também pode ser negativo, como a grave lesão no joelho sofrida por Carolina Marín.
Os Jogos de 2024, na França, entraram na rota dos atletas do esporte de raquete mais rápido do mundo no meio de uma temporada exaustiva, já marcada pelas Copas Thomas & Uber, três eventos Super 1000, três Super 750 e cinco Super 500. Além disso, as Olimpíadas fizeram Tai Tzu-ying, que não estava 100% fisicamente, esticar um pouco mais a carreira e An Se-young a suportar as fortes dores no joelho.
No geral, pouquíssimos badistes encararam a bateria de partidas e todo o agito proporcionado pelo ambiente olímpico em ótimas condições físicas. Como resultado, não demorou muito para vermos as lesões se manifestarem na Arena Porte de La Chapelle, sem mencionar os jogadores que entraram em quadra com membros remendados por faixas de proteção.
Kevin Cordón, um dos participantes mais experientes dos Jogos de Paris, foi a primeira baixa. Após perder para o indiano Lakshya Sen na estreia da fase de grupos, o guatemalteco sentiu um desconforto no antebraço esquerdo e não teve condições de prosseguir com sua aventura olímpica. O caribenho foi prosseguido pelo surinamês Soren Opti, que sofreu uma inflamação no joelho e saiu de quadra de cadeira de rodas.
A lista não para por aí, pois o duplista alemão Mark Lamsfuss foi aconselhado a não entrar em quadra pelos médicos em razão de uma piora de um problema anterior no joelho. Já o finlandês Kalle Koljonen não concluiu o embate contra Vitidsarn por uma lesão na panturrilha esquerda sofrida durante os treinos antes do início das Olimpíadas.
Em termos de gravidade, nenhum dos quatro machucados mencionados acima foi pior do que o sofrido por Marín na semifinal da simples feminina. A espanhola, que lutava por mais uma medalha olímpica em seu currículo, rompeu pela segunda vez na carreira os ligamentos do joelho direito durante o confronto contra a chinesa He Bingjiao e deixou a quadra completamente abalada.
A badiste de 31 anos, que também lesionou os dois meniscos, foi operada com sucesso e permanecerá em repouso em seu país natal ao lado da família. O tempo que ficará fora de combate ainda é desconhecido, mas certamente veremos Marín somente a partir de 2025, já que o rompimento completo leva em torno de seis a 12 meses para ser cicatrizado, de acordo com especialistas.
A tristeza das lesões contrastou com as emocionantes cenas de fair play protagonizadas por diversos atletas no decorrer do evento. A mais bela para muitos entusiastas, sem dúvidas, foi a medalhista de prata He, que exibiu no pódio um broche do Comitê Olímpico Espanhol (COE) em memória de Marín. As imagens rodaram o planeta, tanto que esse episódio virou notícia até no Brasil.
“Nunca recebi tanto carinho, está sendo imensurável. Mas preciso destacar uma pessoa: eu pedi para a He Bingjiao fazer uma boa partida na final porque o lado esportivo estava acima de tudo. Mas o momento do pódio é um dos gestos mais bonitos que já tiveram comigo. Sempre serei incrivelmente agradecida”, escreveu a atleta de 31 anos.
O italiano Giovanni Toti também viralizou nas redes sociais por ter apoiado Opti logo após a lesão no joelho. Em uma nobre atitude, o europeu consolou e ficou ao lado em todo o momento do surinamês, que não conseguiu segurar as lágrimas por abandonar o confronto, pois ele já havia perdido as Olimpíadas de Tóquio em virtude da Covid-19.
Outro episódio que marcou os fãs na Arena Porte de La Chapelle foi a "última dança” de Tai. A taiwanesa foi eliminada pela tailandesa - rival e amiga de longa data - Ratchanok Intanon, antiga número 1 do mundo de simples feminina, e se emocionou em sua despedida. As duas badistes conversaram bastante e se abraçaram dentro de quadra, tanto que o encontro foi esticado do lado de fora do complexo esportivo.
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