Pan-American Cup foi caótica, mas Brasil começou bem 2025
Apesar do incidente com Ygor Coelho, seleção buscou bronze em Aguascalientes

Demorou um pouco para sair esse texto, mas finalmente foi veiculado. Eu abro essa newsletter com um questionamento bastante pertinente: O QUE FOI ESSA PAN-AMERICAN CUP DE AGUASCALIENTES?
Após o ano de 2024 da seleção brasileira ter acabado de forma vencedora com a enxurrada de medalhas no Sul-Americano, a temporada de 2025 da equipe verde-amarela começou de maneira caótica dentro e fora das quadras. Ao mesmo tempo que repetiu o bronze conquistado na edição passada, o evento foi marcado pela ausência de Ygor Coelho, deportado do México após ser barrado no Aeroporto Internacional Benito Juárez, na Cidade do México, por mais de 24 horas.
A campanha brasileira pode ser contada a partir de uma visão diferente. Em vez dos habituais resultados, bora pensar nisso envolvendo os personagens responsáveis pelo terceiro lugar. Levando isso em consideração, a trajetória do time liderado por Marco Vasconcelos e Fabiana da Silva foi marcada por histórias interessantes e imprevisíveis de vários jogadores.
Para te situar, caríssimo leitor (a), o Brasil passou por El Salvador e Peru na primeira fase, bateu o anfitrião México nas quartas de final, perdeu para o poderoso Estados Unidos na semifinal e, por fim, ficou com o bronze após triunfar sobre a Guatemala. No geral, uma campanha muito boa que reconfirma a seleção como uma das grandes potências continentais, atrás somente de Canadá e dos americanos.
A primeira história interessante de Aguascalientes envolve Jonathan Matias, do Club Athletico Paulistano (CAP). O badiste de 25 anos iria dividir a simples masculina com Coelho, principal nome da delegação, mas o incidente envolvendo o carioca na capital mexicana forçou o jovem atleta a assumir o papel principal da disciplina e agarrou a chance com unhas e dentes a chance.
Embora estivesse envolto em uma situação que não estava prevista, o “Major” não se abalou mentalmente com a mudança e foi soberano. Matias, que é um cara que não costuma dar passos em falso no escritório, mostrou objetividade, fome de vitória e soube sofrer nos momentos adversos. A resiliência e o talento do simplista o levaram a sair com 100% de aproveitamento da Pan-American Cup.
Matias, atual número 100 do mundo, desbancou Uriel Francisco Canjura Artiga (73º), que disputou as Olimpíadas de Paris por El Salvador; Adriano Viale (95º), principal nome do badminton peruano; Nestor Israel González Gómez, do México; Garret Tan, dos EUA; e Ramiro Alonso Espinoza, da Guatemala.
O “Major”, embora não tenha conseguido passar do indiano Sankar Muthusamy Subramanian no Aberto da Alemanha, torneio ocorrido algumas semanas depois da Pan-American Cup, saiu fortalecido de Aguascalientes e ganhou motivação extra para a sequência do ano de 2025.
Outros destaques da campanha da seleção amarelinha no México foram os duplistas Davi Silva, Sânia Lima, Sâmia Lima, Fabrício Farias e Jaqueline Lima, pois esse quinteto protagonizou uma verdadeira maratona de jogos no evento continental. Alguns deles, se não todos, caso minha memória não estiver me traindo, chegaram a entrar em quadra mais de uma vez em um mesmo duelo e trouxeram resultados valiosos para o bronze.
A grande surpresa da aventura do país foi Jeisiane Alves, da Sociedade Hípica de Campinas (SHC), que assumiu o posto de Juliana Viana em um momento vital da campanha. Bicampeã de simples feminina do Circuito Nacional, a badiste assistiu aos jogos da companheira piauiense contra El Salvador e Peru, mas um desconforto na região lombar tirou a joia do badminton brasileiro da Pan-American Cup.
Alves assumiu o bastão no decisivo duelo contra o México, válido pelas quartas de final, mas não enfrentou Vanessa Garcia Contreras pelo fato de o Brasil ter conseguido fechar 3 a 0 antes da sua vez de entrar em quadra. Na semifinal, diante dos EUA, a badiste não teve escapatória e encarou Ella Lin, mas saiu derrotada por 2 sets a 0, após parciais de 21/9 e 21/19.
Quis o destino que Alves recebesse mais uma oportunidade em Aguascalientes. Sem a incômoda ansiedade da estreia, a simplista encarou Nikte Alejandra Sotomayor, principal nome do feminino da Guatemala, e a vitória da brasileira veio após uma sensacional virada por 2 a 1 (21/13, 18/21 e 21/12). O triunfo da jogadora confirmou o 3 a 0 da seleção e, consequentemente, a sonhada medalha de bronze no torneio.
“Infelizmente, a Ju [Juliana Viana] precisou se retirar da competição, mas todos que estão aqui precisam estar preparados para jogar a qualquer momento, e a seleção precisou de mim nesses confrontos. Não foi fácil…tive alguns desafios, mas felizmente conseguimos sair com um bom resultado e com a medalha de bronze! Então, estou muito contente não só com meu desempenho, mas com o de todo grupo, todos se dedicaram muito para que esse resultado fosse possível”, afirmou Alves em entrevista ao A Peteca.
Ao todo, a seleção brasileira concluiu seu primeiro campeonato de 2025 com uma delegação de 17 jogadores, mas apenas 11 foram utilizados no decorrer do evento. Além dos badistes mencionados no texto, os atletas Isak Batalha, Matheus Voigt e Tamires Santos entraram em quadra no duelo de abertura, contra El Salvador.
A previsão é que os membros da seleção brasileira voltem a defender a nação Pan Am Individual Championships de Lima, no Peru. Ao contrário do campeonato de Aguascalientes, o evento no vizinho será individual e não por equipes.
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