Após caos, Associação Coreana de Badminton elege novo presidente
Kim Dong-moon foi escolhido para substituir polêmico Kim Taek-gyu

O capítulo mais polêmico da história da Associação de Badminton da Coreia do Sul (BKA) finalmente teve um desfecho. Após a crise iniciada pelas denúncias de An Se-young, atual número 1 do mundo de simples feminina e campeã olímpica, a entidade elegeu um novo presidente e se separou definitivamente de Kim Taek-gyu, investigado pelo Ministério Público de Seul por irregularidades administrativas.
O responsável por liderar a entidade máxima do badminton sul-coreano pelos próximos quatro anos é o professor Kim Dong-moon, ex-badiste e considerado uma lenda em seu país por ter faturado duas medalhas de ouro olímpicas em 1996 e 2004. Na 32ª eleição da BKA, o ex-atleta, que só participou do pleito em razão das denúncias da compatriota An, recebeu 64 dos 154 votos válidos.
O antigo bicampeão olímpico derrotou o ex-mandatário da entidade, que ganhou 43 votos mesmo depois de todas as maracutaias sendo expostas publicamente, Jeon Kyeong-hun, ex-líder da Associação de Badminton Empresarial da Coreia do Sul, e Choi Seung-tak, ex-chefe da Associação de Badminton de Daegu.
“Esta situação não é simplesmente um problema pessoal, mas o resultado de uma mistura complexa de fatores, práticas erradas e sistemas que não se adequaram aos tempos atuais. No final das contas, há uma grande diferença nas perspectivas dos jogadores e da associação”, declarou Kim durante a apresentação de sua candidatura em setembro passado.
As promessas de campanha do ex-badiste foram várias, principalmente pelo desfalque causado pela gestão anterior, mas destaco a reorganização dos regulamentos da BKA, a adoção de um sistema transparente para selecionar os membros da seleção, reestabelecer a confiança entre entidade e jogadores, melhorar o tratamento de treinadores, desenvolver a modalidade em escolas e adotar uma gestão financeira transparente.
Além de promover uma faxina para limpar todo o lixo acumulado pelo seu antecessor, o ex-duplista terá o desafio de resolver o conflito com os diretores que apoiavam o ex-presidente e se livrar dos previstos "efeitos posteriores da eleição", pois o período pré-pleito foi marcado por confusões internas tão severas que chegaram a adiar uma vez a data da assembleia eleitoral.
Aposentado das quadras desde 2004, após uma carreira recheada de conquistas, o recém-eleito presidente da BKA estudou no Canadá e lecionava na Universidade Wonkwang, uma instituição de ensino particular localizada em Iksan. Vale destacar que durante o auge de sua carreira, Kim venceu 14 torneios consecutivos e estabeleceu um recorde de 70 vitórias seguidas.
Um fato curioso sobre a eleição de Kim é que ele foi eleito ao mesmo tempo que Yoo Seung-min, um lendário ex-jogador de tênis de mesa que foi selecionado para liderar a Associação Coreana de Tênis de Mesa (KTTA) após três mandatos consecutivos de seu antecessor, que já vinha sendo considerado uma “monarquia” pelos praticantes da modalidade. Os dois famosos ex-atletas quebraram duas fortalezas quase intransponíveis nos pleitos das respectivas entidades.
Voltando ao badminton, o ex-presidente da BKA, que chefiava de forma extravagante a entidade desde 2021, deixou o poder agonizando e de forma solitária, mas agora precisará levantar a cabeça para enfrentar a Justiça. Os desdobramentos das investigações das denúncias de An levaram Kim Taek-gyu a ser denunciado por peculato e quebra de confiança.
Os problemas não param por aí, pois o ex-dirigente também é acusado de violar a chamada Lei de Subsídios, de intimidação e de abuso verbal no local de trabalho, ou seja, dentro das dependências da BKA.
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