Por que Tomoka Miyazaki encantou o Japão?
Estrela em ascensão, atleta de 17 anos já derrubou gigantes
Um fato é que a simplista Tomoka Miyazaki, acredito que em tempo recorde, conquistou os corações de grande parte dos entusiastas de badminton do Japão. Campeã do Mundial Júnior e do Masters de Orléans, a jovem de 17 anos se transformou em uma espécie de nova estrela do país.
Atual número 25 do mundo, Miyazaki está atrás apenas de três compatriotas (Nozomi Okuhara, Aya Ohori e Akane Yamaguchi) e parece que é uma questão de tempo até conseguir ocupar uma vaga entre as 10 primeiras colocadas da tabela de simples feminina da Federação Mundial de Badminton (BWF).
A japonesa apresentou seu cartão de visitas no Masters da Tailândia, primeiro evento de 2024, quando passou pela dinamarquesa Line Christophersen (30ª) e deu muito trabalho para a tailandesa Ratchanok Intanon (11ª). No entanto, foi em Orléans onde todos começaram a prestar atenção na atleta, pois não é todo dia que vemos uma estudante do ensino médio ganhar um super 300 no circuito mundial.
Apesar de ter levantado o caneco em terras francesas, o terceiro lugar no Aberto da Suíça, em Basel, foi o que alçou o status de Miyazaki a um nível de estrela em ascensão. A japonesa conseguiu superar a medalhista olímpica P.V. Sindhu (12ª) e a compatriota Ohori (13ª), sendo parada - e com dificuldades - apenas pela espanhola Carolina Marín (5ª) na semifinal.
A precoce eliminação na primeira fase do Masters da Espanha, em Madri, para a tailandesa Pornpicha Choeikeewong (41ª) freou um pouquinho a animação da torcida e tirou a pressão em cima da simplista, mas não impediu que a seleção japonesa a convocasse para defender a nação na Copa Uber. Além disso, a atleta está apta para participar pela primeira vez de um super 750 e 1000 em um futuro próximo.
“Nunca participei de um torneio 750 ou 1000, então nunca experimentei aquela atmosfera. Acho que haverá muitas coisas que farei pela primeira vez, então quero aceitar o desafio”, disse a japonesa em uma entrevista à mídia local.
Detentora de um rali implacável, principalmente por ser jovem e muito leve, Miyazaki tem fôlego de marcar presença em todas as partes da quadra, o que dificulta a ação das adversárias. Apesar da pouca idade e, consequentemente, da inexperiência, a japonesa é sólida e tem uma agressividade comparada com Yamaguchi, apesar de ser franzina e ter uma fisionomia delicada.
Miyazaki pode até ser baixa em comparação com várias adversárias, mas ela compensa esse ponto negativo ao cobrir longas distâncias diagonalmente na quadra com um centro de gravidade baixo e passadas longas. Vale também destacar que sua velocidade de raquete para golpear a peteca é exemplar, o que lembra muito as ações de Okuhara.
A asiática está bem longe de ser um produto já definido, pois ela tem muita evolução pela frente, como melhorar suas condições físicas e controlar a ansiedade/nervosismo, fatores que nitidamente atrapalham seus jogos. No entanto, o caldeirão tem os ingredientes certos para que ela se transforme em uma estrela no futuro e, até mesmo, superar Yamaguchi.
O Japão precisava do surgimento de uma grande estrela para simples feminina, pois seu principal nome, apesar de ainda ter bastante lenha para queimar, vem sofrendo com problemas físicos e deverá entrar em declínio daqui três ou quatro anos. Até lá, a nação espera que Miyazaki cresça muito para tentar rivalizar com a sul-coreana An Se-young e trazer títulos.
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