O que esperar de Kenneth Jonassen na seleção da Malásia?
Treinador dinamarquês assumiu comando dos simplistas do país asiático

A expressão “um olho no peixe e outro no gato” pode definir muito bem a pré-temporada de 2025 do badminton, pois ela será recheada de novidades, que vão de novas duplas e trocas de treinadores até aposentadorias e possíveis consolidações de promessas. Uma das aventuras mais interessantes de se acompanhar será a do dinamarquês Kenneth Jonassen no comando dos simplistas da Malásia, uma nação que carrega o esporte de raquete mais rápido do mundo em uma intensidade similar ao brasileiro com o futebol.
Embora seja muito bem representada nas duplas, com parcerias de grande sucesso no circuito mundial, a Associação de Badminton da Malásia (BAM) não tem a mesma sorte nas categorias de simples. Na masculina, entre os badistes que figuram na seleção, os principais nomes são Leong Jun Hao (29º), Justin Hoh (53º), Cheam June Wei (55º) e Ng Tze Yong (Sem Ranking). No geral, não é um elenco ruim, mas está extremamente longe de até mesmo cortar as unhas dos pés de Dinamarca, China, Indonésia, Japão e França.
Não me surpreenderia caso você esteja se perguntando neste exato momento se essa pessoa que vos escreve esqueceu de Lee Zii Jia. Não, não me esqueci do principal simplista da Malásia na atualidade, mas o problema é que Jonassen não trabalhará ao lado do atleta de 26 anos, pois LZJ não faz parte da seleção malaia. Já faz um tempinho que o badiste treina e disputa torneios de forma independente.
Caso não haja nenhuma grande surpresa no meio do caminho, a trajetória do escandinavo em terras malaias, que tem como foco os Jogos Olímpicos de 2028, em Los Angeles, deverá ser pautado em dois caminhos: Hao e Hoh. Por sorte, Jonassen tem uma “terceira via”, que é Yong, mas os últimos problemas físicos do atleta deixaram um grande ponto de interrogação em relação ao seu futuro.
“Sempre fui fã do badminton da Malásia e, para mim, esta foi uma oportunidade única. Temos dois anos e meio antes do período de qualificação para as Olimpíadas. Os jogadores precisam estar na disputa para fazer o corte até esse momento ou será muito complicado”, analisou o dinamarquês em sua chegada na Malásia.
Pelo andar da carruagem, o “badiste dos olhos” de Jonassen será Hoh, de apenas 20 anos e ex-número 1 do mundo na categoria júnior. A temporada de 2024 foi a sua primeira completa entre os profissionais, já que o ano anterior foi quase totalmente afetado em razão de uma ruptura do tendão de Aquiles. O europeu conhece muito bem seu novo comandado e tentará moldá-lo para que fique mais afiado dentro de quadra.
Ex-badiste, Jonassen foi um excelente simplista, mas teve sua carreira como atleta bastante ofuscada pelo compatriota Peter Gade. Ele passou os últimos 11 anos treinando a seleção dinamarquesa e desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento de Viktor Axelsen (4º), atual bicampeão olímpico. O escandinavo ainda treinou Anders Antonsen (2º) e Rasmus Genke (30º).
A esperança dos torcedores malaios é que Jonassen possa fazer sua mágica e promover um glow up entre os simplistas da BAM, que precisam refinar técnicas, obter mais experiência e evitar a recorrência de lesões. Não será uma missão fácil para o dinamarquês, mas esse novo desafio levará muitos estímulos ao treinador de 50 anos nas próximas temporadas.
“O que te inspira como técnico é trabalhar com jogadores talentosos, onde você pode ver a possibilidade deles irem longe. É sempre a ambição de nós, treinadores, extrair o máximo de cada jogador e levá-los à sua capacidade máxima. O objetivo final é sempre ganhar grandes títulos”, finalizou o dinamarquês.
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