Minha aventura como um "petequeiro shinobi"
Okay, confesso que foi bom me sentir o próprio Naruto jogando badminton
Eu nunca fui uma pessoa que ligou para o Halloween, mas não consegui deixar de lado a minha participação da celebração da data no badminton, que tem o poder de me fazer superar qualquer vergonha ou coisa que acho que seja impossível. Tenho fantasia? Não. Iria comprar uma? Não. O que fazer para ir trajado devidamente? Bora ir de Narutão!
O jovem ninja loiro - que atualmente é adulto e pai de família - que supostamente não tem talento algum e corre atrás de ser reconhecido pelos cidadãos da aldeia da Folha foi quem me abriu as portas do meu vício em animes e mangás. Não foi o primeiro que assisti, mas teve uma importância gigantesca na minha vida.
Brinquei incontáveis vezes de Naruto na minha infância, mas sozinho em virtude da minha posição de filho único. Lembro até hoje que eu era um destemido ninja da aldeia da Névoa e braço direito do infame, mas que depois se torna querido pelos fãs, *Zabuza Momochi. O famigerado “Demônio da Névoa Oculta” e Tobirama Senju, o segundo Hokage, são os meus personagens prediletos.
*Pequeno adendo: Eu já chorei lagos, rios e oceanos com Zabuza e Haku, quem assistiu deve saber o motivo.*
Meu fanatismo por Naruto me fez ter quadros espalhados por meu quarto, camisetas personalizadas, acessórios, bandanas de diferentes vilas, bonecos de ação e até mesmo uma shuriken e uma Hiraishin Kunai, a "Kunai do Deus Voador do Trovão", utilizada especialmente por Minato Namikaze, o quarto Hokage e [SPOILER] pai do protagonista da obra.
Deixando de lado minha versão otaku e voltando ao texto. Acordei de manhã e peguei a minha primeira *bandana, justamente uma da aldeia da Névoa que comprei quando tinha uns 12 anos e fui até o inferno para achá-la. Ela é um acessório extremamente bem feito, pois tem forro de couro e a placa é levemente curvada para se ajustar perfeitamente na testa. Atualmente, as bandanas são uma placa reta e ficam ridículas usar da maneira tradicional.
*Quero destacar que essa bandana era usada por mim em todos os lugares. Lembro dos dias que ia no shopping com meus pais utilizando o acessório na testa, no braço, no pescoço ou na cintura.*
Pensei por alguns minutos, fiquei naquela de vai ou não vai, mas, no fim, resolvi levar, não tinha nada a perder mesmo e já fiz muita coisa pior para passar vergonha. Nem preciso falar que não me arrependi e até contei os minutos para sacar a braba da mochila e trocar umas petecadas com meu precioso acessório.
No geral, apesar de eu ter sido um dos poucos a adotar uma fantasia ou adereço, o pessoal do badminton entrou na brincadeira e dei inúmeras risadas, como é de costume na segunda e na quinta. O mais interessante é que a bandana parecia que estava endemoniada com o espírito do Zabuza, pois curiosamente joguei em excelente nível, ao menos no meu ponto de vista, e fiz jogadas que me surpreenderam.
De todas as formas, a noite foi prosseguida por muita comilança de doces, conversas descontraídas, risadas e energia, pois o caminhão de açúcar consumido está me fazendo escrever esse texto exatamente
às 01h49. Tudo bem, pois quero passar a experiência de hoje no papel o mais rápido possível para não esquecer algum detalhe. Falam que rir te faz viver mais, caso for verdade, provavelmente morrerei só com 146 anos com o tanto de risada que dou no badminton.
O Renan de alguns anos atrás, um cara mais contido, quieto e envergonhado, jamais iria aparecer para praticar algum esporte usando uma bandana do Naruto, nem sob pagamento. O motivo? A maldita vaidade. Jamais que iria usar aquilo para as pessoas me julgarem, me acharem uma criança ou qualquer outra coisa possível ou ligada a isso.
Naqueles tempos remotos de aborrescente das cavernas, a minha cabecinha oca não compreendia que, mesmo que eu realmente passasse ridículo, estaria tudo bem desde que eu estivesse desfrutando aquilo. O importante era bloquear os olhares julgadores em prol de me sentir tranquilo e apreciar, mas demorei para entrar em concordância com meus sentimentos.
Por sorte ou qualquer outro motivo, a evolução mental bateu na minha porta e a deixei entrar para tomar uma xícara de chá, mas ela gostou tanto que optou em ficar. Continuo uma pessoa vaidosa, mas nada exagerado como antes, em uma época que meu moicano não poderia ficar com um fiozinho de cabelo em desarmonia.
Ao usar a bandana no badminton me senti feliz e realizado, pois queria fazer isso e nada me impediu. A vergonha? Nem passou pela minha mente, só quis desfrutar aquele momento que ficará recordado na minha memória, talvez até para outros colegas, pois não é todo dia que vemos um indivíduo jogando badminton usando uma bandana do Naruto.
O lendário goleiro alemão Manuel Neuer, campeão mundial em 2014, deixava um querido ursinho de pelúcia atrás de seu gol durante as partidas do juvenil, pois ele se sentia mais protegido com a presença do “amigo”. Rapaz, se o Neuer que é Neuer dava uma dessas, quem é o Renan na fila do pão, do pastel ou do mercado?
Posso dizer que tive um dos melhores, se não o melhor, Halloween da minha vida. Desfrutei mesmo, não nego.
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