"It's coming home": badminton ressurge em Singapura após Olimpíadas
País do Sudeste Asiático, um dos pioneiros do esporte, reencontrou magia do "bad"
A frase “It's coming home", retirada da popular canção criada em 1996 pelos comediantes David Baddiel e Frank Skinner em parceria com a banda “Lightning Seeds”, que virou unanimidade entre os torcedores da Inglaterra no futebol, pode retratar muito bem o atual sentimento dos entusiastas de badminton de Singapura.
Localizada em uma região do planeta onde o esporte de raquete mais rápido do mundo é quase sagrado, a nação do Sudeste Asiático é apaixonada pela modalidade, mas nunca foi um nome tão poderoso, embora tenha tido alguns lampejos de sucesso, principalmente com o lendário Wong Peng Soon (1917-1996), jogador mais dominante e condecorado do mundo entre as décadas de 1930 e 1950, Zarinah Abdullah e Wong Shoon Keat.
Nos Jogos Olímpicos de Paris, na França, os torcedores viram Loh Kean Yew, de 27 anos, levar a nação às quartas de final da simples masculina do megaevento esportivo pela primeira vez depois de duas décadas, mas o conto de fadas dele acabou no duelo contra o dinamarquês Viktor Axelsen. Além disso, os fãs lamentaram muito a eliminação da promissora Yeo Jia Min nas oitavas da simples feminina contra a japonesa Aya Ohori.
O entusiasmo com as campanhas olímpicas dos singapurenses reascendeu uma chama há muito apagada da memória dos torcedores. Um fato que permanece no submundo das informações badmintonianas é que a Associação de Badminton de Singapura (SBA) foi fundada em 1929, cinco anos antes do surgimento da Federação Mundial de Badminton (BWF), originada na Inglaterra.
O slogan “Football is Coming Home” indica que os ingleses foram os criadores do popular esporte bretão, enquanto Singapura foi uma das pioneiras do badminton, como puderam ver no parágrafo acima. Tudo isso ocorre mesmo que os britânicos ainda defendam efusivamente que são os responsáveis pela criação da modalidade.
Os positivos resultados conquistados em Paris-2024 e no Mundial de 2021, na Espanha, quando Loh ganhou um inesperado ouro na categoria individual, só foram possíveis graças ao chamado Foreign Sports Talent Scheme (FST), introduzido em 1993 pelo governo local e que recrutava talentos esportivos no exterior. Após abandonar o projeto para focar na formação de badistes nascidos no país, as promessas que surgiram se inspiraram nos estrangeiros trazidos pelo programa.
Atualmente, a ex-badiste Joanne Quay, uma malaia que é considerada uma das maiores especialistas em desenvolvimento de jovens, comanda o departamento de desempenho juvenil da SBA, que busca aliar estudos e competições de uma forma extremamente fluida para suas promessas. Na prática, os atletas Loh, Yew, Terry Hee e Jessica Tan foram apenas os primeiros frutos do projeto Singapore Sports School, que sucedeu o FST.
Singapura terá um árduo trabalho pela frente para diminuir a diferença e ter consistência para alcançar os que estão no topo, mas o badminton local reencontrou um espaço maior entre os jovens, grande parte deles inspirados nos feitos de Loh. O primeiro desafio da alta cúpula da modalidade na nação é encontrar um substituto para Martin Andrew.
O britânico passou os últimos três anos e meio na função de diretor técnico da seleção e o retorno não poderia ter sido melhor, pois o badminton de Singapura ressurgiu com o título Mundial histórico de Loh em 2021, seguido pelo inédito ouro da nação nas duplas mistas dos Jogos da Commonwealth, com Hee e Tan, em 2022.
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