Experiência e pódios, a aventura do Recreio da Juventude na Costa Rica
Representando Brasil, atletas conquistaram 2 bronzes no Future Series de San José
Através do Recreio da Juventude (RS), o Brasil foi bem representado no Future Series da Costa Rica, em San José, e saiu do país centro-americano com duas medalhas de bronze na simples e dupla femininas. As conquistas de Maria Júlia Nascimento e Maria Clara Lima, que foram acompanhadas por Vittorio Lucena e Artur Zampieri, foram as cerejas em cima do bolo, mas a aventura dos quatro jovens badistes foi ainda mais importante se levarmos em consideração a experiência que adquiriram ao longo da trajetória.
Os brasileiros encararam oponentes de Trinidad e Tobago, Canadá, Costa Rica, Taiwan, Peru, El Salvador e Portugal, ou seja, escolas completamente diferentes. Além disso, a participação em competições no exterior auxilia no ranking mundial e eleva as expectativas de ingressar em torneios maiores em um futuro não muito distante.
Esse texto poderia ser focado principalmente nos pódios das atletas, mas Noeslem Lima, técnico da delegação que viajou para a Costa Rica, e Lucena, um dos jogadores do elenco, se concentraram na experiência obtida na América Central em entrevistas ao A Peteca. Vale destacar que a missão costarriquenha foi 100% planejada e executada pelo Recreio da Juventude, não tendo participação da Confederação Brasileira de Badminton (CBBd).
“[A participação] Foi muito importante para o nosso clube e para a visibilidade do projeto e das meninas. Os jogos internacionais são muito diferentes dos nacionais, são mais táticos e contra adversários que não conhecemos, já que são europeus e asiáticos, de várias escolas diferentes”, analisou Lima, acrescentando que o próximo compromisso internacional do clube de Caxias do Sul será em outubro, no Peru.
Uma visão muito semelhante foi compartilhada por Lucena, que destacou a importância de participar de competições internacionais para aumentar a sua bagagem e conhecimento no esporte de raquete mais rápido do mundo.
“A sensação de jogar torneios internacionais é muito boa e auxilia demais [no desenvolvimento]. Fora a pontuação no ranking mundial, que é importante para poder jogar torneios maiores no futuro, também possibilita conhecer novas técnicas e formas de jogar. Nesse torneio, por exemplo, tinham mais de 15 países diferentes participando, cada um jogando de uma forma diferente, alguns mais agressivos e outros mais consistentes, o que gera novas possibilidades de treinamentos e formas de jogar”, explicou o atleta.
“Comparado aos outros países, o Brasil em geral joga de forma muito agressiva, então é quase que outro esporte nos campeonatos internacionais, pois o jogo é muito mais cadenciado e com menos erros, o que com certeza vou aplicar nos meus próximos campeonatos”, acrescentou.
Após levantar bem alto a bandeira da experiência ao longo da newsletter, achei justo colocar aqui o que mais chamou atenção de Lucena ao longo do evento, já que entrou dentro de quadra. A resposta do jovem badiste tem nome e sobrenome: o peruano Adriano Viale, campeão da simples masculina na Costa Rica, atual número 98 do mundo e o melhor jogador de seu país.
“Assistindo ele jogar parece que ele não faz nenhum esforço físico, porque mesmo colocando os pés fora da última linha para realizar algum golpe, ele chegava inteiro na rede para fazer o que quisesse, e também a calma que ele tinha para sair de vários momentos difíceis, que mesmo perdendo por alguns pontos de diferença, conseguiu virar o placar em todos”, disse Lucena.
Em 2024, o Recreio da Juventude já conquistou quatro medalhas internacionais e está empenhado em manter firme esse projeto de levar seus atletas para o exterior, o que é uma filosofia muito nobre e importante por parte da equipe caxiense. A ação vai na contramão das recentes decisões da CBBd e oferece uma esperança para os jovens atletas brasileiros que desejam ir mais longe no badminton.
Em julho, a entidade que rege o esporte em nível nacional resolveu inesperadamente desistir do Campeonato Mundial Júnior, na China, pouco mais de um mês depois de a própria organização ter convocado os atletas que participariam do torneio, fato que causou perplexidade, polêmica e dúvidas, principalmente com a forma que as promessas do país vêm sendo tratadas.
Ainda em relação ao cenário internacional do badminton brasileiro, Ygor Coelho competirá nas próximas semanas nos International’s da Croácia, em Samobor, e da Bulgária, em Sofia. Além disso, até segunda ordem, o país marcará presença em dezembro, no Chile, no Campeonato Sul-Americano de Badminton.
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