Com quase 500 inscrições, Nippon supera desafios e faz Intercolonial histórico
Torneio de badminton foi marcado pelo clima familiar, leve e descontraído
O Nippon Country Club, em Arujá (SP), chamou a responsabilidade para si e assumiu o protagonismo do badminton nacional ao abrir suas portas para quase 500 atletas participantes da 15ª edição do Intercolonial, um torneio amistoso muito aguardado pelos entusiastas do esporte de raquete mais rápido do mundo, principalmente entre as entidades de São Paulo.
A ideia do artigo não é ficar naquele formato meramente protocolar em que apenas os campeões e vices são destacados, mas tentar da melhor maneira possível transmitir em palavras a dimensão e a importância que o evento representou para centenas de pessoas, pois muitas fizeram questão de levar familiares e amigos, o que elevou ainda mais a quantidade de gente presente no clube arujano.
Para começo de conversa, o Nippon não está localizado na capital paulista, ao contrário do Esporte Clube Pinheiros (ECP), que sediou a Copa Pinheiros no ano passado e recebeu uma quantidade ligeiramente maior. Então, convencer esse mundaréu de gente a ir para Arujá, que fica a pouco mais de uma hora de distância - sem trânsito - de SP, foi uma façanha sem proporção. Além disso, vieram atletas até mesmo de Santos, no litoral.
Embora o clube seja um local muito estruturado e belíssimo, recheado de influências da cultura oriental, o departamento de badminton do Nippon precisou correr contra o tempo e montar um complexo quebra-cabeça para organizar todo o maquinário do Intercolonial, pois era muita gente reunida em um mesmo espaço para trocar petecadas. Isso me recorda dos tempos em que comecei na modalidade, quando disseram que o badminton era pouco praticado, uma teoria que, obviamente, caiu em desuso no meu conceito.
“Perceber que é um campeonato esperado por muita gente e ver essa quantidade de gente é gratificante. É também bacana observar que tivemos clubes que antes não costumavam vir e estão vindo querendo conhecer as quadras. Estávamos bem ansiosos para o Intercolonial e, quando chegou o número de inscrições e vimos que o negócio iria ferver, ficamos preocupados em sobre como iríamos dar conta de tudo isso”, explicou Vanessa Tengan, uma das vice-diretoras do departamento de badminton do Nippon, em entrevista ao A Peteca.
Uma das alternativas encontradas pelos organizadores foi diminuir a pontuação de 21 para 15 em alguns confrontos, principalmente para os eventos de jovens e abertas, ocorridos no segundo e último dia. O objetivo da medida era tentar impedir que o Intercolonial acabasse muito tarde no domingo, tanto que uma terceira quadra não prevista no roteiro, ao menos dos participantes, foi montada de forma improvisada para receber duelos.
Além da dimensão em números, é válido destacar a qualidade, não somente da organização, mas também dos participantes. Ao todo, quase 30 clubes diferentes marcaram presença, entre eles os populares Pinheiros, Paulistano, Itapeti e Bunka SCS, um quarteto sempre em destaque no cenário estadual e nacional. É impossível não mencionar as entidades das comunidades chinesa e sul-coreana, que fizeram muito barulho no decorrer das partidas de seus atletas. No quesito sonoridade e pódios, o Centro Paulista de Badminton (CPB), em atividade desde 1994, também deu um espetáculo.
Entre os atletas participantes da competição, tanto nas abertas e jovens quanto nos veteranos, diversos nomes interessantes e de qualidade passaram pelas recém-inauguradas quadras do Nippon, como Arthur Ávila, Hitoshi Furusho, Gabriel Salgado, Ayumi Hirota e Luis Lopezllera Lavalle, sendo este último medalhista de bronze pelo México nas duplas masculinas dos Jogos Pan-Americanos de 1999, no Canadá.
“É uma grande festa o Intercolonial, pois dá a oportunidade de juntar atletas iniciantes com mais experientes, até mesmo mais avançados, tanto que têm exemplos de atletas que voltaram a jogar aqui depois de muito tempo. É muito legal ver tudo isso acontecer. Para mim, como frequentador do Nippon, é uma grande felicidade ver tudo isso ocorrer por aqui”, analisou Henrique Akio Tikasawa, que também competiu no evento e comanda com muita maestria o Papo Badminton (@PapoBadminton).
O caráter amistoso do Intercolonial, mas com aquela pitada de competitividade que todo torneio precisa ter, deixou o clima no Nippon extremamente leve, familiar e descontraído, sendo uma oportunidade de encontros inéditos, de reencontros e de aprendizado. Diversos atletas iniciantes puderam experimentar a glória de uma medalha em um esporte que, muitas vezes, sequer imaginaram praticar, enquanto os mais experientes tiveram a chance de mostrar o quanto evoluíram ou sua vasta qualidade dentro das quadras.
“Esse campeonato do Nippon foi mais uma vez bem organizado e em um espaço maravilhoso, que recebe muito bem todos que vem aqui. É um torneio muito importante por dar oportunidade a todas as entidades em trazer seus alunos e de estar em um ambiente para se testar. Como costumo falar, nosso maior inimigo somos nós mesmos, então todos os iniciantes vão para se ter essa chance de se testar em um ambiente descontraído, organizado e onde os oponentes se respeitam e até se incentivam durante o jogo. É um dia especial e estar aqui é sempre uma alegria imensa”, disse o professor Fabio Gomes Rocha, responsável pelo Badminton ZN.
Os “deuses do badminton” e até os animais, levando em conta o curioso macaquinho que apareceu se empoleirando no teto das quadras no decorrer dos jogos, sorriram para a grande confraternização que foi o Intercolonial. Sim, uma competição, mas muito mais um momento de união de várias culturas e pessoas, coisas que o esporte de raquete mais rápido do mundo pode nos proporcionar em cada encontro desses.
Se você, leitor, quer saber, a competição serviu até mesmo como uma utilidade pública, pois o ex-atleta Paulo Fam Po Long levou todos seus aparatos e auxiliou inúmeras pessoas que precisavam de um novo equipamento ou de um reparo na raquete, como eu. A minha Lightining, da ALP Sport, vulgo “Trovão”, passou por uma cirurgia bem-sucedida de encordoamento e está pronta para ser usada da forma mais adequada possível.
Apesar do desafio monstruoso, o Nippon não perdeu a compostura e mergulhou de cabeça e alma nesta aventura, tendo organizado mais uma vez um torneio praticamente impecável e proporcionando uma lembrança indelével a dezenas, ou melhor, arrisco até dizer a centenas de atletas de todas as idades. Só temos que agradecer pelo todo esforço dedicado por nós e ao “Bad”.
Como tudo o que é bom nesta vida, o Intercolonial passou como uma bala diante dos nossos olhos, então, o que nos resta é aguardar pelas próximas aventuras que o Nippon, após um merecido descanso, e até mesmo outras entidades poderão nos proporcionar ainda neste ano.
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Parabéns pela matéria! Você está fazendo um trabalho incrível divulgando o badminton que é um esporte muito legal e que merece ser cada vez mais conhecido no Brasil. Fiquei inspirada aqui já hahaha
Obrigado pelas suas matérias. Um dos únicos canais que divulga nosso esporte e sempre nos informando sobre os principais eventos estaduais, nacionais e internacionais. Parabéns pelo ótimo trabalho.