Com empenho e resiliência, Acre quer conquistar espaço no badminton nacional
Federação supera barreiras para introduzir esporte com qualidade no estado
Embora seja um esporte ainda em desenvolvimento no Brasil, o badminton deu seus pulos para ganhar espaço no país, tanto que não está concentrado apenas nas regiões sul e sudeste. Sim, elas são detentoras de boa parcela da grande força da modalidade, mas as raquetes e petecas também conquistaram os corações de muita gente no centro-oeste, norte e nordeste.
Não há barreiras para a mística do badminton, pois essa força oculta que circunda a modalidade é capaz de superar as fronteiras até mesmo de uma nação de 8,5 milhões de quilômetros quadrados, além de uma população de 215 milhões de habitantes, de acordo com o Banco Mundial. Mesmo considerado um local tão distante para sudestinos e sulistas, por exemplo, o Acre é um estado que pratica oficialmente a modalidade e desempenha um papel importante na divulgação do esporte no norte da nação.
Em comparação com outras partes do Brasil, onde o badminton foi difundido em meados dos anos 1990, o Acre ocupa um estágio ainda inicial na roda-gigante da modalidade, tanto que seu primeiro torneio foi disputado em 2019. O estado deu outros passos importantes ao fundar a Federação Acreana de Badminton (FEACBd) e se filiar à Confederação Brasileira de Badminton (CBBd) em junho de 2024, após a visita do presidente José Roberto Santini Campos.
As ações da entidade máxima do badminton acreano são supervisionadas sob os olhares atentos do mandatário Dyefisson Rogério, que iniciou o projeto da modalidade em 2019 e superou muitas dúvidas e barreiras para alcançar o atual patamar da FEACBd.
“O objetivo da federação é fomentar a modalidade no Acre, mas penso, ao menos futuramente, ter no mínimo 15 centros de treinamento. Atualmente, nós temos nos municípios de Porto Acre, Xapuri, Brasiléia, Epitaciolândia, Cruzeiro do Sul e a capital Rio Branco. Desejo que o badminton esteja em quase todas as cidades do estado”, afirmou Dyefisson Rogério em entrevista ao “A Peteca”.
Situado na fronteira com Bolívia e Peru, o Acre não é um dos maiores estados brasileiros em extensão territorial, mas possui uma geografia extremamente peculiar, o que dificulta o planejamento de levar o esporte para todas as localidades. Além da natural distância de outros estados brasileiros, que deixa muito salgado o valor das passagens aéreas, o chefe da FEACBd citou como exemplo Santa Rosa do Purus, que fica no próprio Acre e só é possível chegar após uma viagem de cinco dias de barco.
O trabalho da federação acontece de pouco em pouco, mas a paciência e resiliência de Dyefisson Rogério renderam bons frutos, pois cerca de 120 atletas jogam o esporte no Acre. Conforme o badminton vai crescendo no estado, graças ao bom trabalho de divulgação da entidade, há necessidade de um número cada vez maior de materiais e, como todo entusiasta sabe, não é fácil e muito menos barato comprar petecas, raquetes, rede, grips, tênis e outros artigos. Além disso, é válido recordar que muitos praticantes são de baixa renda.
Pegando São Paulo como exemplo, inúmeras pessoas que jogam badminton, tanto que me auto incluo nesse balaio, não mensuram a tamanha importância do encordoamento de raquetes, serviço muitas vezes realizado em pouquíssimos dias pelo conhecidíssimo Paulo Fam. Esse trabalho praticamente vital para a modalidade sofre dificuldades no Acre, tanto que o presidente da FEACBd alertou que muitos materiais não são usados em razão desse empecilho.
“O que a gente mais precisa neste exato momento é da máquina de encordoar. Inúmeras raquetes, várias mesmo, estão paradas por conta da corda”, alertou Dyefisson Rogério, acrescentando a ausência de suportes de rede.
A vida não é apenas sombra e água fresca, o mesmo vale para o badminton, tanto que o líder da FEACBd já venceu muitas batalhas para atingir certos patamares e deixar o nível do esporte no estado em boas condições. Em maio, a entidade organizou o 1º Curso de Iniciação e Arbitragem de Badminton, em Cruzeiro do Sul, e julho será marcado pela 2ª Etapa do Campeonato Acreano de Badminton, na capital Rio Branco, que deverá receber diversos atletas das mais variadas idades. Além disso, será a primeira competição estadual com a entidade filiada à CBBd.
A incursão acreana no esporte de raquete mais rápido do mundo acontece em um momento positivo para o badminton brasileiro, que conquistou duas vagas para os Jogos Olímpicos de Paris, na França, com os badistes Ygor Coelho e Juliana Vieira. Além disso, o simplista fechou recentemente uma parceria inédita com o Botafogo, enquanto o ABC-RN, uma das principais equipes de futebol do nordeste, chegou na modalidade e já disputa regularmente os campeonatos nacionais.
Essa foi a primeira vez que escrevi um texto aqui no portal sobre uma federação e fiquei extremamente contente por ter sido a do Acre, pois é um estado de bastante importância e que também embarcou na missão de divulgar o badminton para o maior número possível de pessoas, algo não tão simples quanto se parece.
O nobre e cuidadoso trabalho de Dyefisson Rogério no estado, sem dúvidas, colabora para que o “Bad” atinja todos cantinho do nosso Brasil, um gigantesco país que vem aos poucos descobrindo e usufruindo o encantador poder do badminton em ginásios de inúmeras localidades diferentes.
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