Badminton Fonte: com disciplina e intensidade, clube almeja virar potência mundial
Equipe multicampeã é treinada por Rodrigo Ferreira e fornece atletas para seleção
“Nosso principal objetivo é seguir formando atletas de alto nível e nos consolidarmos como uma potência no badminton a nível mundial um dia”
Rodrigo Ferreira
Abro esse texto afirmando que é praticamente impossível não recordar do Clube Fonte São Paulo quando o assunto é alto rendimento no badminton. Sediado em Campinas, no interior paulista, a equipe costuma abocanhar diversas conquistas em competições de todos os níveis e fornece constantemente atletas para defender a seleção brasileira.
Um rápido exemplo para você, leitor (a), em relação ao parágrafo acima: o clube campineiro conquistou 17 medalhas na 3ª Etapa Estadual de Badminton, em São Bernardo do Campo (SP), sendo seis ouros, e teve nove jovens convocados para vestir o manto verde e amarelo em Aguascalientes, no México, onde ocorrerá a próxima edição do Campeonato Pan-Americano Júnior.
Eu me recordo muito bem da primeira vez que tive a oportunidade de acompanhar ao vivo os jogos da Fonte. O episódio ocorreu na Copa Pinheiros de 2023, um mês antes da criação do “A Peteca”, e fiquei encantando com a qualidade dos atletas em quadra. Os colegas com mais rodagem no esporte, que foram consultados por mim naquele momento, foram unânimes em dizer que o clube era - ainda é - uma das grandes forças da modalidade no país.
Esse reconhecimento da comunidade e o altíssimo nível atingido pela Fonte não nasceram de forma repentina, mas foram estabelecidos com muito trabalho por uma comissão técnica competente, encabeçada por Rodrigo Ferreira. O treinador, que chegou a dirigir o Chile nos Jogos Pan-Americanos de Lima (2019) e Santiago (2023), está na equipe campineira desde 2009 e vem colhendo os frutos do desafio que aceitou lá atrás.
“Recebi uma proposta da Fonte no final de 2009 para atuar como preparador físico da equipe de rendimento. Eu aceitei o desafio mesmo sem ter conhecimento da modalidade e, quatro meses depois, o treinador da equipe principal precisou sair e acabei também assumindo a parte técnica. Desde então, busquei estudar e me aprofundar no esporte concluindo cursos“, revelou Ferreira em entrevista ao “A Peteca”.
O treinador também analisou que o badminton se “encaixou muito bem” na Fonte ao longo das últimas três décadas, tanto que virou a “principal modalidade competitiva” do clube. Ele ainda recordou que a equipe “sempre teve atletas de destaque”, além de ter encaminhado muitos deles para a seleção brasileira.
“Para manter essa estrutura de rendimento no badminton, o clube investe em uma equipe multidisciplinar para desenvolver nossos atletas em todas as esferas que envolvem a modalidade e a vida de um esportista. Nossos principais objetivos é seguir formando atletas de alto nível e nos consolidarmos como uma potência no badminton a nível mundial um dia”, comentou.
Adentrando ainda mais no detalhado maquinário que envolve a Fonte, o sucesso do trabalho de Ferreira em Campinas pode ser resumido em três palavras que sustentam sua filosofia de trabalho: disciplina, planejamento e intensidade.
“Minha filosofia de trabalho se baseia em três pilares, sendo o primeiro a disciplina, onde ensinamos os atletas a importância da organização, da preparação e do comprometimento com suas escolhas. O segundo é o planejamento, que é ensinar a importância de eles traçarem metas para chegarem a seus objetivos. Por fim, o terceiro é que, independentemente de qual seja a escolha deles, tudo sempre deve ser feito com intensidade”, explicou.
Os comandados de Ferreira, que têm as mais variadas idades, chegam a ser supervisionados pelo treinador por longos anos e, normalmente, nasce um fortíssimo vínculo entre as partes. Ele não escondeu a alegria que sempre sente ao vê-los defendendo a seleção e atingindo suas respectivas metas.
“Ver nossos atletas serem convocados ou classificados para representar o Brasil em uma competição é, sem dúvidas, uma sensação incrível de muita satisfação, é algo que premia o trabalho realizado pela nossa equipe técnica que trabalha duro com esses jovens”, disse o técnico.
Fonseca sublinhou que cada badiste possui o seu “tempo natural de desenvolvimento”, além de revelar que “não existe uma receita perfeita para identificar um talento”. O treinador acrescentou que a Fonte coloca em prática cinco níveis diferentes de desenvolvimento e, dentro de cada estágio, o clube tem muito bem definido o que trabalhar.
Apesar de distante da capital paulista, que é casa de clubes como Pinheiros e Paulistano, a Fonte mostra que Campinas tem as bases concretas para ser um dos grandes polos do badminton nacional. O nível da modalidade em terras tupiniquins, segundo apurou Fonseca, “subiu muito” nos últimos anos e afirmou que a nação produz “grandes talentos”.
Para a satisfação do treinador, que me recebeu com muita simpatia e disposição, várias dessas promessas foram geradas na Fonte e algumas delas defenderão o Brasil no Campeonato Pan-Americano Júnior do México, são elas: Alexandre Amaral (Sub13), Artur Pilla (Sub15), Davi Fraga (Sub15), Elisa Fraga (Sub13), Gabriel Bertanha (Sub15), Gustavo Bertanha (Sub13), Juliana Murosaki (Sub19), Leonardo Parreira (Sub15) e Valeria Santos (Sub19).
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