Aberto de Singapura: torneio quase perfeito para China
Nas cinco categorias, país só foi derrotado na final da simples feminina
O Aberto de Singapura, um dos eventos mais importantes do calendário do circuito mundial de badminton foi quase completamente dominado pela China, pois os badistes da nação faturaram quatro das cinco categorias.
Após um Masters da Malásia bastante esvaziado em razão da proximidade dos Jogos Olímpicos de Paris, o Open de Singapura foi aproveitado por muitos atletas de ponta como um teste significativo para o aguardadíssimo megaevento esportivo na cidade francesa. Houveram alguns desfalques, como a taiwanesa Tai Tzu-ying, mas muitos outros resolveram correr os riscos de participar de um Super 750 tão intenso.
Um deles foi o malaio Lee Zii Jia, que foi vice-campeão de simples masculina em Kuala Lumpur e mergulhou na disputa em Singapura não 100% fisicamente em razão de um problema físico sofrido em seu país natal. Obviamente, o atual número 9 do mundo não teve condições de entrar em quadra na primeira rodada e desistiu, beneficiando o indonésio Anthony Ginting.
Além da estrela do badminton da Malásia, houveram outras oito desistências no decorrer da competição, destaques para Viktor Axelsen e Zhang Yiman. O dinamarquês, que perderá a liderança do ranking mundial de simples masculina para Shi Yuqi na próxima atualização, não disputará o Super 1000 da Indonésia pelo problema no tornozelo.
Além da bruxa solta pelos badistes presentes em Singapura, a zebra também passeou em diversos encontros, o que trouxe muita dinamicidade e imprevisibilidade. Uma das eliminações mais chocantes foi dos indianos Satwiksairaj Rankireddy e Chirag Shetty, número 1 do mundo de duplas masculinas, que caíram para os dinamarqueses Daniel Lundgaard e Mads Vestergaard (34º) logo na rodada inaugural. Ainda nas duplas, mas mistas, o buraco foi maior, pois Dechapol Puavaranukroh/Sapsiree Taerattanachai (6º) e Yuta Watanabe/Arisa Higashino (3º) também voltaram para casa no primeiro confronto.
Nas duplas femininas, as indianas Treesa Jolly/Gayatri Gopichand Pullela (30ª) surpreendentemente chegaram às semifinais eliminando as sul-coreanas Baek Ha-na/Lee So-hee (2ª) e Kim So-yeong/Kong Hee-yong (6ª). Elas só foram paradas pelas japonesas e vice-campeãs Nami Matsuyama/Chiharu Shida (4ª), mas ainda sim deram muita confiança para os próximos eventos.
A simples feminina não ficou atrás, pois a tailandesa Pornpawee Chochuwong (20ª) passou o rodo em Han Yue (7ª) e Carolina Marín (3ª), que havia acabado de derrotar Pusarla V. Sindhu (12ª), sua maior rival, na fase anterior do Aberto de Singapura. A fábula da atleta de 26 só foi terminar na semifinal contra a vice-campeã Chen Yufei (2ª).
No quesito conquistas, a China quase foi completamente dominante, pois só não faturou o título da simples feminina, igualando a campanha de 2011 do Aberto de Singapura, quanto também venceu quatro categorias. Nas duplas masculinas, He Jiting/Ren Xiangyu (10ª) ganharam pela primeira vez na carreira um evento Super 750 ao superar os indonésios Fajar Alfian/Muhammad Rian Ardianto (7ª), enquanto nas mistas, Zheng Siwei/Huang Yaqiong (1ª) precisaram de somente meia hora para bater os taiwaneses Yang Po-hsuan/Hu Ling Fang (28º).
Nas femininas, Chen Qing/Jia Yifan (1ª) derrotaram Matsuyana/Shida e, por fim, Shi lutou muito para vencer o compatriota e número 6 do mundo, Li Shifeng, em uma final emocionante de 87 minutos no Singapore Indoor Stadium. O resultado foi uma doce vingança para o novo líder mundial, pois perdeu dois títulos diante do companheiro chinês na temporada passada do circuito.
A única capaz de frear a China foi An Se-young, número 1 do mundo de simples feminina, que deu um show em cima de Chen e mostrou que o período longe das competições para recuperar sua boa forma fez muito bem para a estrela sul-coreana. Com o triunfo, a jovem é agora a primeira badiste desde a lenda chinesa Wang Yihan, há 10 anos, a defender o título individual feminino no evento singapuriano.
Há cerca de um mês, na Copa Uber, em Chengdu, An agravou a lesão no joelho e muitas dúvidas surgiram sobre suas condições para disputar o torneio, mas a jovem de 22 anos mostrou que está firme e forte para encarar os próximos desafios do calendário.
Resultados finais:
Simples Masculina - Shi Yuqi (CHN) 2 x 1 Li Shifeng (CHN)
Simples Feminina - An Se-young (KOR) 2 x 1 Chen Yufei (CHN)
Duplas Masculinas - He Jiting/Ren Xiangyu (CHN) 2 x 0 Fajar Alfian/Rian Ardianto (IND)
Duplas Femininas - Chen Qingchen/Jia Yifan (CHN) 2 x 0 Nami Matsuyama/Chiharu Shida (JAP)
Duplas Mistas - Zheng Siwei/Huang Yaqiong (CHN) 2 x 0 Yang Po-hsuan/Hu Ling Fang (TPE)
Muito obrigado por ler a publicação. Se inscreva para receber novos textos e apoiar meu trabalho! Aproveite para deixar seu comentário aqui embaixo.
Se você gostou desta matéria, você também poderá curtir estes textos:
Copas Thomas e Uber: despedida, zebras, superação e domínio chinês
Indonésia e Marín quebram longos jejuns no Aberto da Inglaterra
An Se-young e Rankireddy/Shetty reencontram caminho da vitória na França
Aberto da Índia deixa sabor agridoce para China e amargo aos donos da casa
Aberto da Malásia acaba com títulos históricos de Japão e Coreia do Sul