Aberto da Malásia acaba com títulos históricos de Japão e Coreia do Sul
Países venceram Super 1000 pela 1ª vez na simples feminina e nas duplas mistas
O ato final do Aberto da Malásia, que abriu a temporada de 2024 dos torneios da Federação Mundial de Badminton (BWF), teve um gostinho mais especial para Japão e Coreia do Sul, pois conquistaram títulos inéditos em suas respectivas histórias no Super 1000 em Kuala Lumpur.
Começando pelo feito histórico de An Se-young, número 1 do mundo em simples feminina e uma das grandes estrelas do cenário atual do badminton, a sul-coreana ajudou seu país a vencer pela primeira vez a categoria individual no Aberto da Malásia, torneio que é disputado anualmente desde 1937.
Após passar com certa tranquilidade pelas europeias Line Kjaersfeldt (20ª) e Yvone Li (27ª), a caminhada da atleta de 21 anos quase foi interrompida nas quartas de finais pela singapuriana Yeo Jia Min (22ª), mas a sul-coreana conseguiu uma espetacular virada ao superar a rival por 2 sets a 1, com parciais de 16/21, 21/12 e 21/19.
Ao encarar a chinesa Zhang Yiman (17ª), uma das grandes surpresas da competição, principalmente por ter vencido a japonesa Akane Yamaguchi (3ª) nas quartas, An conquistou um triunfo tranquilo, mas voltou a encontrar dificuldades na decisão contra a Tai Tzu-ying, quarta do ranking mundial e que vem demonstrando em quadra um nível espetacular.
Em um roteiro parecido com a da partida contra Yeo, a sul-coreana foi derrotada por Tai no primeiro set, mas buscou a virada nos dois últimos e celebrou a histórica conquista em Kuala Lumpur. A vitória teve um ar de vingança, pois An foi vencida pela taiwanesa no World Tour de 2023.
“Uau! Sério? Eu não sabia disso. É ótimo saber disso e me sinto incrível com isso. Espero que venham mais títulos. Sempre adorei jogar na Malásia”, disse An logo depois do título inédito.
Com isso, a Coreia do Sul ainda só não venceu a simples masculina do Aberto da Malásia, mas é algo que poderá demorar para acontecer, pois a nação vem tendo dificuldade em formar um atleta capaz de brigar por títulos nesta categoria.
O outro título inédito na capital malaia aconteceu nas duplas mistas, com a conquista dos japoneses Arisa Higashino e Yuta Watanabe, atuais número dois do mundo na categoria. Ambos guiaram a nação asiática rumo ao seu primeiro caneco de XD (Mixed Doubles) na Malásia, um dos principais eventos da temporada.
Em 11 sets disputados em Kuala Lumpur, Higashino e Watanabe perderam apenas um, que foi nas semifinais contra a dupla chinesa Jiang Zhenbang e Wei Yashin (5º). Antes disso, os japoneses passaram com sobras por Tang Chun Man/Tse Ying Suet (8º), Mathias Thyrri/Amalie Magelund (23º) e Hiroki Midorikawa/Natsu Saito (13º).
Na final, que foi diante dos sul-coreanos Kim Wo-ho e Jeong Na-eun, atuais sétimos posicionados do mundo, a dupla japonesa conseguiu uma vitória muito consistente por 2 sets a 0, com parciais de 21/18 e 21/15.
“Só estou ouvindo sobre isso agora. Fico muito orgulhosa de fazer história nas duplas mistas para o Japão aqui e agora há um incentivo para defender o título no próximo ano”, celebrou Higashino.
Vitória dinamarquesa na simples masculina
A Dinamarca foi campeã na simples masculina do Aberto da Malásia pela sexta vez na história, mas o feito não foi protagonizado por Viktor Axelsen, atual número 1 do mundo da categoria e dono de duas conquistas do Super 1000, mas pelo seu compatriota Anders Antonsen (9º).
Longe de estar entre os favoritos, o escandinavo mostrou bastante cinismo, qualidade e resistência ao passar pelos complicados H.S. Prannoy (8º) e Kodai Naraoka (2º). Aliás, a partida contra o japonês, válida pelas quartas de final, durou três sets e terminou com uma espetacular vitória de virada de Antonsen, que fez 21/12 e 21/7 nos dois últimos games.
Um triunfo desta magnitude em cima de Naraoka elevou o patamar do dinamarquês, que voltou a massacrar seus rivais na semifinal e na decisão, pois superou Lin Chun-yi (21º) e Shi Yuqi (6º), respectivamente, por 2 sets a 0.
Antonsen venceu seu quinto título na carreira no World Tour, sendo o primeiro em um Super 1000, patamar mais elevado de uma competição de badminton da BWF. O nórdico havia sido vice-campeão na edição de 2019 do Aberto da Indonésia.
China triunfa nas duplas masculina e feminina
Para não perder a tradição, a China também subiu no lugar mais alto do pódio em duas categorias no Open da Malásia: duplas masculina, com Liang Weikeng/Wang Chang (1º), e feminina, com Liu Shengshu/Tan Ning (8ª).
Liang e Wang tiveram um caminho muito árduo até o título, principalmente a partir das quartas de final. O motivo? Bem, os chineses tiveram um verdadeiro teste de resistência ao vencerem as últimas três partidas por 2 sets a 1, sendo duas delas de virada.
A dupla passou pelos malaios e donos da casa Man Wei Chong/Kai Wun Tee (19º), pelos excelentes indonésios Fajar Alfian/Muhammad Ardianto (6º), pelos japoneses Takuro Hoki/Yugo Kobayashi (7º) e, por fim, pelos indianos Satwiksairaj Rankireddy/Chirag Shetty (2º).
Entre as mulheres, Liu e Tan também tiveram um caminho muito complicado até a decisão, pois precisaram derrotar as donas da casa e favoritas Tan Pearly/Thinaah Muralitharan (12ª) e as compatriotas Li Yijing/Tan Ning (8ª) e Chen Qingchen/Jia Yifan (1ª).
Após protagonizar uma semifinal contra as japonesas Rin Iwanaga/Kie Nakanishi (15ª), as asiáticas voltaram a enfrentar na grande decisão uma dupla chinesa, que foi Zhang Shuxian/Zheng Yu. As duas finalistas chegaram com moral, pois ambas venceram as duas duplas melhores colocadas no ranking mundial: Chen/Jia e Baek Ha-na/Lee So-hee. No entanto, Liu e Tan levaram a melhor.
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