Aberto da Índia deixa sabor agridoce para China e amargo aos donos da casa
Presente em quatro das cinco finais, chineses venceram apenas uma categoria
A China, uma das principais potências do badminton, teve a faca e o queijo na mão para dominar o Aberto da Índia, mas deixou escapulir três títulos nas quatro decisões que participou em Nova Délhi. Já na única final em que não teve atletas chineses envolvidos, os donos da casa perderam a única chance de subir no lugar mais alto do pódio do Super 750.
Em um campeonato que não vimos em parte as participações de alguns nomes importantes do esporte, como An Se-young (abandonou por uma lesão), Viktor Axelsen e Carolina Marín, o Open indiano reservou outras surpresas para os fãs da modalidade, abrindo caminho para alguns novos campeões em território indiano.
Maré de azar chinesa
As dificuldades dos atletas chineses nas finais do torneio tiveram início nas duplas mistas, quando Jiang Zhenbang e Wei Yaxin (5º) foram superados pelos tailandeses Dechapol Puavaranukroh e Sapsiree Taerattanachai (7º), que colocaram seu país no posto mais alto do XD pela primeira vez na história do Aberto da Índia.
No contexto geral, a dupla da Tailândia pegou duas pedreiras no meio do caminho, que foram os malaios Chen Tang Jie/Toh Ee Wei (9º) e Yuta Watanabe/Arisa Higashino (2º). Diante dos japoneses, por exemplo, Puavaranukroh/Taerattanachai venceram por 2 sets a 1, com direito a um excepcional 27 a 25 no terceiro game.
Essas vitórias contra adversários extremamente qualificados deram bastante moral e pavimentaram a vitória dos tailandeses na grande decisão diante dos rivais chineses, que foram superados por um duplo 21 a 16.
Chen Yufei, por sua vez, chegou perto de fazer a China voltar a vencer a simples feminina na Índia depois de nove anos, mas uma quase imparável Tai Tzu-ying (3ª) jogou água na cerveja da atual número dois do mundo.
A taiwanesa deixou um rastro de destruição pelo caminho que traçou na chave, pois despachou com certa tranquilidade a favorita He Bingjiao (6ª) e a surpresa Yeo Jia Min (20ª). Nada diferente na decisão, pois Chen foi derrotada pela poderosa adversária por 2 sets a 0, com parciais de 21/16 e 21/12.
Assim como os colegas tailandeses, Tai conseguiu dar ao seu país o primeiro título de simples feminina na história do Aberto da Índia, cravando ainda mais seu nome entre as principais personalidades do badminton de Taiwan.
Na terceira final do dia, a esperança era que Zhang Shuxian e Zheng Yu (7ª) pudessem ser campeãs em cima das japonesas Mayu Matsumoto e Wakana Nagahara (8ª) nas duplas femininas, mas as chinesas perderam a segunda final consecutiva na temporada de 2024. Vale destacar que o gigante da Ásia não ganha essa categoria em Nova Délhi desde 2014.
Zhang e Zheng chegaram em terras indianas pouquíssimo tempo depois do duro vice-campeonato na Malásia e buscaram mostrar serviço para esquecer a derrota para as compatriotas Liu Shengshu/Tan Ning (6ª), que curiosamente caíram logo na rodada inicial em Nova Délhi.
As chinesas chegaram à decisão com moral, principalmente pelas suadas vitórias em três sets contra Nami Matsuyama/Chiharu Shida (5ª) e Li Wenmei/Lu Xuanxuan (16ª). Na final, quando essas atuações deveriam ter sido repetidas, um apagão fez a dupla ser esmagada por 2 sets a 0, com parciais de 21/12 e 21/13.
Matsumoto e Nagahara, que não tiveram nada a ver com isso, atrapalharam os planos das chinesas e deram o bicampeonato ao Japão nas duplas femininas no Aberto da Índia, pois Matsuyama e Chida haviam sido campeãs na edição de 2023 do evento.
Vale mencionar que, antes de pegar as chinesas na grande decisão, as japonesas passaram em dois duelos consecutivos pelas poderosas duplas sul-coreanas Kim So-yeong/Kong Hee-yong (3ª) e Baek Ha-na/Lee So-hee (2ª). Ou seja, a conquista teve um gosto muito especial para as atletas, que não ganhavam um Open desde 2021.
Shi Yuqi coloca China no alto do pódio
Assim como em 2018, diante de Chou Tien-chen, o chinês Shi Yuqi venceu pela segunda vez na carreira o Aberto da Índia de badminton e deixou seu país no lugar mais alto do pódio em Nova Délhi, colocando um ponto final na maré de resultados negativos no campeonato.
Vice-campeão três vezes no World Tour em 2023 e no primeiro torneio de 2024, que aconteceu na Malásia, Yuqi estava determinado em quebrar até mesmo a sua própria falta de títulos na carreira, principalmente por se tratar do atual número dois do mundo.
Entre ele e seu objetivo, no entanto, estava Lee Cheuk Yiu (18º), que sonhava em dar o primeiro título na história para Hong Kong no Aberto da Índia. Não só isso, já que o atleta havia despachado nada mais nada menos que Kunlavut Vitidsarn (8º), Anthony Ginting (4º) e Kodai Naraoka (6º).
A surpresa da simples masculina superou gigantes, é verdade, mas não foi capaz de derrotar Shi, que sofreu no set inicial (23/21) e deslanchou no último (21/17) para sair com o título.
Índia fica sem título em casa
Os fãs indianos de badminton, que não são poucos espalhados pela nação, ficaram a ver navios com a derrota de Satwiksairaj Rankireddy e Chirag Shetty (2º) para Kang Min-hyuk e Seo Seung-jae (3º) na grande decisão em Nova Délhi das duplas masculinas.
Os mandantes foram escalando de pouco em pouco a montanha com vitórias muito boas sobre adversários difíceis, como Kim Astrup/Anders Rasmussen (5º) e Aaron Chia/Soh Wooi Yik (4º). Empurrados pela vasta torcida, os indianos haviam perdido só um dos nove sets até então disputados na capital.
Os sul-coreanos, que também passaram por adversários indigestos no meio do caminho, entre eles Fajar Alfian/Muhammad Ardianto (7º) e Takuro Hoki/Yugo Kobayashi (6º), queriam estragar a festa dos fãs e conseguiram em três sets, que acabaram em 15/21, 21/11 e 21/18.
Rankireddy e Shetty foram vice-campeões pela segunda vez consecutiva em 2024 e mantiveram o jejum dos indianos em seu próprio país, enquanto Kang e Seo recolocaram a Coreia do Sul no lugar mais alto do pódio das duplas masculinas pela primeira vez desde 1985, quando Kim Moon-soo e Park Joo-bong protagonizaram o feito.
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